O Sol é a fonte da vida. E da energia. Houve um tempo em que os homens julgaram ser o centro de tudo e, por isso, o Sol era um nosso servo, girando à volta da Terra. Mas não domesticámos o Sol. Vivemos dele. Mesmo quando criámos luz artificial, para o substituir nas noites mais escuras, nunca pudemos viver sem ele. Quando percorreram o mar, em busca do seu destino, os portugueses dos Descobrimentos olhavam para as estrelas, seguindo a sua luz. Mas nunca esqueceram o Sol. E a sua energia, que gostariam de poder acumular e controlar. Isso reflectiu-se num dos mais notáveis criadores portugueses, que viveu entre 1868 e 1933, e que tentou domar a energia solar. Chamava-se Manuel António Gomes, mas ficou baptizado como padre Himalaya pelos seus colegas no Seminário de Braga. Porque era muito alto e, assim, estava mais próximo do Céu. Os ciclos da natureza sempre o fascinaram e, quando descobriu a ciência, outros mundos se lhe revelaram. Foi missionário, mas nunca abdicou de conhecer os mistérios da ciência, da sismologia à energia solar. Talvez porque a força do Sol o guiasse.