A neuropolítica ou o primado da emoção nas campanhas eleitorais
A neuropolítica é, cada vez mais, parte da estratégia por trás de campanhas eleitorais. Com origem no continente americano, atravessou o Atlântico e tornou-se omnipresente num discurso político cada vez mais polarizado e dependente das redes sociais. O resultado, dizem os especialistas, são campanhas mais pobres em conteúdo e onde impera a emoção.
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Uma avó que recorda o momento em que viu a mãe a ser morta, durante a II Guerra Mundial, o relato de um homem cuja família foi levada para Auschwitz ou a recordação da entrada dos tanques soviéticos em Praga dão uma nota emotiva à campanha institucional que apela ao voto nas próximas eleições europeias. O vídeo de quatro minutos sublinha a importância da democracia e termina com a frase "Usa o teu voto. Ou outros decidirão por ti". E se não é certo que quem desenhou a campanha tenha usado técnicas de neuropolítica - a aplicação de conhecimentos das neurociências para compreender o comportamento político dos cidadãos -, a verdade é que tem características que lhe são comuns, como o recurso à emoção e a apresentação do "outro" como fonte de ameaça.???
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