A sociedade vista ao espelho nos livros infantis
Longe vão os tempos em que as guerras aconteciam “há muito, muito tempo”, a natureza era sempre bonita, a morte não existia e as madrastas eram sempre más. As histórias para a infância e juventude alargaram as suas temáticas para passar a incluir novas formas de família, diversas orientações sexuais, a ciência e a realidade sociopolítica do momento. Uma tendência bem aceite pelos leitores e aplaudida por investigadores, mas que encontra resistência em franjas conservadoras da sociedade.
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Na visita à secção infantil de uma qualquer livraria, a escolha pode ser feita entre títulos como "Plasticus Maritimus", "Todos temos UM-Bigo", "A ervilha congelada" ou "Para onde vamos quando desaparecemos". Com temas que vão do ambiente à infância passada dentro de uma prisão, passando pela fertilização "in vitro" ou a morte, os livros infantojuvenis passaram a refletir de uma forma mais realista a sociedade contemporânea. Para Ana Cristina Silva, investigadora do ISPA, esta abordagem é um contributo importante para o desenvolvimento socioemocional das crianças e para a formação de futuros adultos livres de preconceitos.
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