À sombra de Angkor Wat
Em todos os momentos, Sihanouk, com a sua fantástica capacidade diplomática e com golpes de rins políticos, foi o referente e a última solução para um povo que raramente conheceu a paz e a prosperidade.
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Sihanouk tinha abdicado em 2004, cada vez mais debilitado pelas sucessivas doenças que ia padecendo. O poder, nominalmente, está hoje nas mãos do rei Norodom Sihamoni, mas o verdadeiro centro do poder é em Phnom Penh. Mas durante mais de seis décadas, Sihanouk viu as transformações do seu país, incluindo a crueldade khmer vermelha que terá massacrado perto de um quarto da população, nomeadamente os mais letrados, e que deixou um fosso moral na nação. Nesses anos, ele serviu como rei, primeiro-ministro, fantoche dos comunistas de Pol Pot, líder no exílio e, nos últimos anos, como "rei constitucional". Para muitos, ele foi o pai da independência cambojana. Sem ele é difícil vislumbrar um mundo onde todo o poder vai parar ao palácio de Hun Sen, o antigo khmer vermelho colocado no poder pelo Vietname e que hoje é um dos maiores aliados da China na zona.
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