As lutas dos universitários, ontem e hoje
Há duas semanas, a Alameda da Universidade de Lisboa encheu-se de estudantes numa manifestação contra o assédio dentro da academia. No mesmo local, há 60 anos, a crise académica abria caminho à queda de Salazar. Se, na ditadura, a luta dos universitários era sobretudo política, hoje as bandeiras são outras. Os alunos reivindicam a redução do valor das propinas, empregos dignos e investimento no alojamento estudantil.
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"O 25 de Abril começou a 24 de março [de 1962]." A frase do antigo Presidente da República Jorge Sampaio é elucidativa da importância que a chamada crise académica de 1962 teve para a democracia portuguesa. O movimento de contestação estudantil fez germinar a queda do Estado Novo e lançou uma nova geração de líderes, entre eles, o próprio Jorge Sampaio, que foi um dos seus protagonistas. Nesse dia, há 60 anos, estava lá, no meio da multidão. Era um jovem ruivo, estudante da Faculdade de Direito de Lisboa e secretário-geral da Reunião Inter-Associações dos Estudantes (RIA).
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