Carlos Guilherme: “Só me reformo se deixar de ter voz”
Apontado como o mais famoso tenor português, Carlos Guilherme personifica uma parte da história contemporânea de Portugal. Nasceu em Moçambique, cresceu entre as cantorias e a ginga, deu aulas de matemática. Foi adiando a ida para a tropa. Até que foi. Mas diz que teve “a sorte de poder não fazer guerra”. Hoje, mora em Carnaxide, continua a viver entre a música clássica e a música ligeira. Fez a sua 90ª interpretação no CCB e vai estar este fim de semana no Casino de Espinho.
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O tenor Carlos Guilherme, também conhecido pelas suas canções de Natal e concertos de Ano Novo, personifica uma parte da história contemporânea portuguesa. Nasceu em Lourenço Marques, atual Maputo, neto de uma avó espanhola que tocava piano. Começou a ir à rádio, a programas de imitações, imitava João Maria Tudela a tocar harmónica, e chegou a receber como prémio maços de cigarros, que depois dava ao pai. Cresceu entre cantorias e a ginga, deu aulas de Matemática. Foi adiando a ida para a tropa - "a tropa era o nosso terror". Até que foi. Mas diz que teve a sorte de "poder não fazer guerra". A música era sobretudo gozada nas horas livres, até que, já em Portugal, integrou o Teatro Nacional de São Carlos e foi intercalando a música clássica com a música ligeira. Tem sido assim até hoje. No final de novembro, Carlos Guilherme fez a sua 90.ª interpretação no CCB, ao dar voz à ópera "A hora espanhola" de Ravel. Vai estar este fim de semana no Casino de Espinho para uma Noite Lírica.
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