Indústrias criativas num impasse
Os residentes do hub criativo Todos e da oficina Fábrica Moderna, em Marvila, partilham espaços, serviços e negócios, mas enfrentam dores de crescimento num sector fragmentado e a precisar de um reforço nas políticas públicas. Falamos das indústrias culturais e criativas, que estão a ser estudadas no âmbito do projecto CRE: HUB, financiado pelo programa Interreg Europa, numa altura em que o cluster do sector apresentou a insolvência.
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Aquela era a zona do "bitóleo", das ruelas do bife com óleo, conta o designer gráfico Frederico Mancellos, sentado num dos sofás do antigo armazém da Rua Pereira Henriques, em Marvila, que é hoje a casa do Todos, hub criativo que alberga cerca de 80 pessoas de diferentes empresas e que entre si partilham não só o espaço como projectos que geram um volume de negócios entre quatro e cinco milhões de euros anuais. Em 2012, quando Frederico chegou àquele quarteirão ordenado entre o Tejo e a linha férrea, outrora habitado pela indústria, havia patos e galinhas e as vizinhas ofereciam ovos à sua filha. Ele e o sócio, o outro Frederico, de apelido Miranda, pediram ajuda aos amigos e às mães. Uma cozinhou bacalhau com natas e a outra fez arroz de polvo. Mães, filhos e amigos juntaram-se no armazém, pintaram paredes, mudaram madeiras. Assim nasceu a empresa Frederico & Frederico e assim começava a nascer o Todos.
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