Leonardo Padura: “A História persegue-nos”
“Lamentavelmente, a História continua – e o pior é que se repete”, diz o escritor cubano Leonardo Padura, que esteve em Portugal para apresentar o livro “Como poeira ao vento”. Fala-nos sobre o exílio cubano, uma ferida que nunca cicatrizou. Fala-nos sobre a amizade que ampara o desenraizamento, sobre a amizade que nos pode salvar
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O escritor cubano Leonardo Padura pode ser descrito assim: um "habanero" colado às pedras da cidade como uma lapa. As palavras são usadas pelo próprio romancista ao falar da sua personagem maior, o detetive Mario Conde, habitante e amante de Havana. Conde só poderia ser polícia em Cuba, Padura só poderia ser escritor neste país. Escreve a partir do bairro de Mantilla, na periferia da capital. Foi lá que nasceu e foi lá que nasceram o pai, o avô e o bisavô. É o seu lugar. Não deixa de sentir o exílio, essa ferida aberta que nunca cicatrizou. São muitos os que partem do país. Todos os meses, todos os dias. É sobre isso - e também sobre a amizade - que nos fala no livro "Como poeira ao vento", editado recentemente em Portugal. O autor, premiado diversas vezes, esteve em Lisboa e falou-nos de Cuba, dos cubanos e da História que teima em repetir-se.
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