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Maria de Lurdes Rosa: A ideia de progresso em História deve ser muito relativizada

Maria de Lurdes Rosa era ainda estudante quando, no final dos anos 1980, entrou pela primeira vez na Torre do Tombo para investigar sobre os morgados e a forma como estes corpos sociais permitiam à nobreza proteger a propriedade e perpetuar a linhagem. Um dos primeiros documentos que analisou chegou-lhe, dentro de um saco de plástico, pela mão de um genealogista que ali conheceu. Nunca mais largou o tema. Os arquivos familiares tornaram-se um precioso objecto para a investigadora da Universidade Nova de Lisboa. Em Novembro, o Conselho Europeu de Investigação atribuiu-lhe 1,6 milhões de euros, a maior bolsa recebida em Portugal na área da História.

Miguel Baltazar
28 de Dezembro de 2018 às 11:00
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É preciso subir ao sexto piso da Torre B da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade (FCSH) de Lisboa para encontrar o exíguo gabinete de Maria de Lurdes Rosa, no departamento de História. "A professora não está", mas leva pouco a surgir, olhar límpido, sorridente, passos apressados. Tem a agenda carregada de reuniões, entrevistas, papeladas para preencher. O contrato que formaliza a atribuição da verba de 1,6 milhões de euros, que lhe foi concedida pelo Conselho Europeu de Investigação (ERC, na sigla inglesa) para o estudo dos morgados em Portugal entre os séculos XII e XVI, obriga a faculdade a uma série de compromissos – e tem de estar assinado até ao final da semana. Um ambicioso plano de investigação para os próximos cinco anos – que incluiu o levantamento da documentação sobre morgados guardada em arquivos de família e a organização de uma base de dados de acesso público sobre vínculos que permitiam à nobreza proteger a propriedade e perpetuar a linhagem – depende disso.

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