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O choque do petróleo disparou o preço do bacalhau e quase “matou” a Setenave

Em Outubro de 1973, a economia portuguesa estava a crescer há 30 anos consecutivos. A decisão da OPEP de aumentar o preço do petróleo e diminuir a produção funcionou como um travão. A inflação disparou e as famílias apertaram o cinto. Nas empresas perdeu-se competitividade no mercado externo. Uma delas, a Setenave, projectada para construir petroleiros, quase não viu a luz do dia.

Eduardo Neves
21 de Outubro de 2018 às 12:30
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As imagens a preto e branco da RTP mostram filas de carros a perder de vista nos postos de abastecimento da Sacor, da Mobil e da Sonap, em várias zonas de Lisboa. Foram captadas a 30 de Novembro de 1973. Nessa altura, o primeiro choque petrolífero já se fazia sentir em Portugal. Numa reunião a 17 de Outubro desse mesmo ano, em Viena, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) decidiu repentinamente aumentar de forma significativa o preço do "ouro negro" e diminuir a produção. Era uma forma de contestação económica e política. O fornecimento de armas a Israel pelos Estados Unidos durante a Guerra do Yom Kippur - conflito entre árabes e israelitas que durou cerca de vinte dias nesse mesmo mês de Outubro de 1973 - não agradou aos Estados-membros da organização. A medida da OPEP era um boicote dos países árabes produtores de petróleo a quem apoiara Israel. Entre 1973 e 1974, os preços do crude quadruplicaram para cerca de 12 dólares o barril. E os efeitos económicos não se fizeram esperar.

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