O que está escondido nos Painéis de São Vicente
Os Painéis de São Vicente, que estão no Museu Nacional de Arte Antiga, vão ser restaurados nos próximos anos. Antes da intervenção avançar é preciso fazer um estudo exaustivo da obra. O políptico, que os historiadores acreditam que terá sido pintado por Nuno Gonçalves no século XV, já está a ser analisado há algum tempo através de tecnologias como a radiografia e a refletografia de infravermelhos. E há descobertas surpreendentes nessas análises.
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Os dedos de Joaquim Caetano deslizam sobre um ecrã interativo de grandes dimensões. O diretor do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) já o conhece bem. É lá que estão todos os elementos gráficos recolhidos até agora - fotografias de alta definição, radiografias e refletografias de infravermelhos - que ajudam a entender melhor os Painéis de São Vicente. O políptico, que é o ex-líbris do museu, está logo ali à nossa frente. É por esta pintura, composta por seis painéis, que milhares de pessoas são atraídas ao museu. "Foi a obra fundadora da nossa escola de pintura", explica o historiador de arte que é, há poucos meses, o responsável máximo desta "casa". A obra, que foi produzida algures entre 1450 e 1490, ganha importância à escala europeia. "É um dos retratos mais importantes da história da pintura europeia, porque é um dos primeiros grandes retratos coletivos. Há muito poucas pinturas com tanta gente retratada."
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