Robert D. Kaplan: “Putin não está a agir como um ditador normal”
“Um ditador normal já teria detido ou destituído ou até mesmo executado um rival como Prigozhin há alguns meses. Agora, depois de ter chamado traidor a Prigozhin, Putin fez um acordo com ele. Talvez isto se deva ao facto de Putin precisar desesperadamente do Grupo Wagner”, diz Robert D. Kaplan, apontado pela Foreign Policy como um dos 100 pensadores políticos mais importantes a nível mundial. É autor de mais de duas dezenas de livros, entre os quais “A Vingança da Geografia”, temática debatida numa conferência da FLAD em meados de junho.
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"Um ditador normal já teria detido ou destituído ou até mesmo executado um rival como Prigozhin há alguns meses. Agora, depois de ter chamado traidor a Prigozhin, Putin fez um acordo com ele. Talvez isto se deva ao facto de Putin precisar desesperadamente do Grupo Wagner. Talvez seja porque Putin não consegue ter um poder robusto em termos militares e logísticos no sul da Rússia. De qualquer forma, demonstra o estado de fragilidade institucional de Putin, comparado com os seus antecessores soviéticos. E um Estado fraco é sinónimo de mais eventos imprevisíveis no futuro", alerta o analista norte-americano Robert D. Kaplan, apontado pela Foreign Policy como um dos 100 pensadores políticos mais importantes a nível mundial. É autor de mais de duas dezenas de livros, entre os quais "A Vingança da Geografia" (Clube do Autor), temática debatida numa conferência da FLAD em meados de junho. Conversámos em Lisboa dias antes da tentativa de rebelião do Grupo Wagner. Kaplan comentou depois por "email" os acontecimentos mais ou menos inesperados.
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