Simon Schama: A longa jornada dos judeus
Simon Schama olha para o horizonte da história dos judeus e conta-a como uma jornada de sobrevivência. Não falta uma atenção a partes da sua existência em Portugal.
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Este é um livro épico. Simon Schama olha para o horizonte da história dos judeus e dedica-se a contá-la como uma jornada de existência e de sobrevivência. E tem a ver com a relação dos judeus com outras civilizações e povos. Não é por acaso que começa a sua saga com uma carta escrita, em 475 a.C., por um pai preocupado a um seu filho, um mercenário. A carta, um dos papiros descobertos em Elefantina, uma ilha no Nilo, em 1893, é um dos exemplos da vida dos judeus expatriados num local fronteiriço onde uma guarnição judaica guardava o local. Afinal, como escreve, "a identidade judaica formar-se-ia algures entre os dois pólos civilizacionais que eram o Nilo e o Eufrades, mas a agulha magnética da atracão e da repulsa oscilava sem norte. A Bíblia escreveu-se na Judeia e na Babilónia e não no Egipto". E isto serve a Simon Schama para lançar a história dos judeus, onde não falta uma atenção a partes da sua existência em Portugal. Mas isso tem a ver com a riqueza que o autor quer extrair desta herança comum a várias latitudes do mundo, ou seja, há um diálogo contínuo entre o passado e o presente.
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