Um encanto de jardim
A atracção quase universal pelos jardins está a fazer com que, recentemente, os instrumentos ligados ao trato da terra e das flores tenham atingido boas valorizações e um aumento da procura.
Apesar de as Nações Unidas e Gonçalo Ribeiro Telles, entre outros peritos credíveis, nos continuarem a alertar todos os dias para um mundo cada vez mais urbano, uma pequena parte da paisagem rural, o jardim, continua a manter intacto todo o seu poder de sedução.
Há muitas razões para que assim seja, mas, talvez, as principais continuem a ser duas. A primeira, cantada por todos os homens de fina sensibilidade, dos árabes aos clássicos, nunca esquecendo os alentejanos, é a gestação do oásis. À volta pode estar o deserto, e a temperatura mais alta, mas a mancha de verde consegue romper todos os opressores. Debaixo de uma árvore, ou de uma fileira de flores, há sempre uma sombra húmida, e uma discreta brisa que consegue agitar uma folha e provocar a esperança do vento.
A segunda razão é, naturalmente, de ordem estética. A fragilidade de uma pétala, a beleza quase irreal de um botão de flor, a coreografia que as flores estabelecem entre si, a ordem determinada pela natureza ou pela mão humana, transformam qualquer jardim num recanto de um encanto que é difícil de encontrar em outros lados. Não admira, assim, que as plantas e as flores sejam parte essencial do mundo de tantos, dos sicilianos nos seus terraços aos chineses nos seus interiores, e que os jardineiros sejam tratados como mestres, e as suas lições sejam sempre êxitos editoriais.
Um dos sectores deste universo com mais êxito nestes últimos tempos é o das ferramentas clássicas de jardinagem. O interesse é, antes do mais, de ordem histórica, o de conhecer como os antigos criaram instrumentos para trabalhar a terra e cuidar das suas plantas, mas também com objectivos patrimoniais, isto é, o de conservar os instrumentos e de os valorizar.
É a partir do Reino Unido, um dos paraísos do jardim, que opera uma das empresas com maior sucesso neste nicho, a Garden & Wood, acessível em gardenandwood.co.uk. A empresa estabeleceu uma boa rede de contactos no mundo rural anglo-saxónico e consegue vender ferramentas que, em beleza, talvez só sejam superadas pelas japonesas. Mas o mais interessante é que a Garden & Wood provou que há um mercado neste tema, vendendo as ferramentas sempre pelo preço de centenas de libras, o que é um feito num sector que até há pouco tempo era considerado de "velharias".
*Nota ao leitor: Os bens culturais, também classificados como bens de paixão, deixaram de ser um investimento de elite, e a designação inclui hoje uma panóplia gigantesca de temas, que vão dos mais tradicionais, como a arte ou os automóveis clássicos, a outros totalmente contemporâneos, como são os têxteis, o mobiliário de design ou a moda. Ao mesmo tempo, os bens culturais são activos acessíveis e disputados em mercados globais extremamente competitivos. Semanalmente, o Negócios irá revelar algumas das histórias fascinantes relacionadas com estes mercados, partilhando assim, de forma independente, a informação mais preciosa.
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