Quem sai das grandes cidades do litoral, visita o interior do país e repara nos produtos e gastronomia, não regressa de mãos vazias. O jornalista Edgardo Pacheco conta que nas viagens com o chef Vítor Sobral, com o fotógrafo Jorge Simão e o consultor Paulo Alves - os quatro obreiros do livro “A arte de cozinhar carne de porco” lançado ontem - é recomendável levar muito pouca bagagem: “É que, no regresso a casa, se Deus não acode, vimos com um presunto ou um quarto de carcaça de porco fumado ao colo e uma couve penca viçosa mais acima quase a tapar a visão da estrada, porque o carro vem a transbordar com enchidos, batatas, cebolas, salpicões, pernis, sacos de feijão, nabos, abóboras e o mais que a terra dá”. E se a viagem for por Trás-os-Montes, “a generosidade dos transmontanos só termina quando os amortecedores do carro começam a guinchar”: “Ides por autoestrada que o carro aguenta bem”, garantiram aos viajantes. E aguentou.