Luís Portela: Para um momento de claros desequilíbrios
O "Livro do Caminho Perfeito", que também pode ter o título de "Livro do Caminho e do Bom Caminhar" (eu prefiro claramente a primeira tradução, de Murillo Nunes de Azevedo), foi escrito no século VI ou V a.C. pelo funcionário público e pensador chinês Lao Tsé. É um livro pequeno, de grande simplicidade e, simultaneamente, de enorme profundidade, em que o autor defende os valores universais e uma atitude positiva, construtiva, de deixar tudo fluir, sem estar contra nada nem contra ninguém.
Este livro foi progressivamente constituindo uma síntese do pensamento chinês e da filosofia oriental, tornando-se a base da filosofia taoista. Mas influenciou também claramente outras escolas de pensamento oriental, como o budismo e, cada vez mais, o pensamento ocidental.
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Foi dos livros que tive mais prazer de ler. Parece-me de leitura muito útil no período em que vivemos de exacerbação materialista, de claros desequilíbrios ambientais, sociais, económicos, financeiros e outros, materializados na crise do novo coronavírus. Deixo um pequeno excerto (pág. 151):
"As palavras correctas nem sempre são agradáveis.
As palavras agradáveis geralmente não são correctas.
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Os homens bem informados jamais discutem.
Os que discutem estão mal informados.
O sábio não é necessariamente instruído.
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O instruído não é necessariamente sábio.
O sábio nada possui, nada mantém na memória,
mas serve a todos e com isso tudo possui.
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Já que continuamente se dá a todos, no fim,
conquista o que nunca desejou."
Quem pediu o euro digital?
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