A formação de executivos representa uma condição fundamental para o aumento dos níveis de produtividade e competitividade em Portugal. Quem o afirma é o secretário-geral da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), João Pedro Guimarães, que classifica esse trabalho de formação como sendo base de sustentação e desenvolvimento do futuro económico nacional. "É fundamental para que possamos aumentar os nossos níveis de produtividade e de competitividade, que são ainda um desafio da nossa economia e até da economia europeia", informa.
Apesar dos avanços significativos nas qualificações da população portuguesa em geral, ainda há caminho a percorrer na formação dos líderes empresariais. Esta realidade, segundo o responsável da CCIP, está relacionada com a estrutura do tecido empresarial português, caracterizado pela forte presença de micro, pequenas e médias empresas, que representam uma oportunidade única para o desenvolvimento de programas formativos direcionados.
Num cenário global em constante transformação, a formação executiva emerge como catalisador para organizações com potencial de expansão internacional. "Empresas que queiram começar a internacionalizar-se devem ter uma base formativa antes de se lançarem para mercados externos, principalmente numa altura de tantas oportunidades geopolíticas, comerciais e económicas", sublinha João Pedro Guimarães. A CCIP tem liderado iniciativas neste domínio através de parcerias estratégicas com instituições académicas de renome, como o programa de formação executiva desenvolvido em conjunto com a Católica International Business Platform, orientado para empresas que ambicionam acelerar os seus processos de internacionalização. "Esta parceria surgiu da identificação de uma oportunidade na nossa economia: preparar empresas exportadoras para uma internacionalização plena, oferecendo uma formação específica direcionada a esta fase de crescimento", explica o secretário-geral.
Para João Pedro Guimarães, o panorama internacional requer competências específicas que podem ser desenvolvidas através da formação adequada. "Estar constantemente atualizado, saber ler as tendências e diversificar as fontes e os destinos, são capacidades cruciais", enumera, destacando também a importância de um planeamento estratégico alinhado com as dinâmicas internacionais. O conhecimento aprofundado dos modelos de entrada em mercados estrangeiros constitui uma vantagem competitiva significativa. A CCIP tem construído um património valioso de experiência neste domínio, tendo realizado, desde 2013, 132 missões empresariais presenciais e 43 virtuais.
Formação gera produtividadeOs benefícios da formação executiva manifestam-se através do impacto positivo na gestão empresarial. O secretário-geral refere um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos que identificou "uma correlação direta entre as qualificações académicas e formativas de quem gere as empresas, a produtividade e os resultados da gestão".
"Num mundo de oportunidades e inovação constante, a formação dos nossos executivos é um investimento essencial para manter a competitividade", destaca o responsável da CCIP.
O futuro promissor da formação executivaOlhando para o horizonte, João Pedro Guimarães antevê uma evolução dinâmica na formação executiva. "Surgirão, certamente, temas inovadores em que os programas se irão focar, acompanhando as transformações do mercado", prevê, acrescentando que "a formação executiva deverá evoluir para modelos mais flexíveis, modulares e digitais, com foco em competências globais, tecnológicas e sustentáveis".
Esta transformação acompanhará a evolução do comércio global e das cadeias de valor internacionais, cada vez mais "descentralizadas, interdependentes e digitalizadas". Áreas como ESG, inteligência artificial, gestão estratégica e inovação deverão ocupar um papel central nos programas formativos do futuro.
A mensagem final de João Pedro Guimarães é inspiradora: a formação deve estar "na base de qualquer intenção de construção de carreira", constituindo um elemento fundamental não apenas para o desenvolvimento individual dos executivos, mas também para o crescimento sustentado e a projeção internacional da economia portuguesa.