"A formação executiva é uma alavanca fundamental para a competitividade do tecido empresarial e para o desenvolvimento de líderes capazes de responder aos desafios da economia contemporânea." Quem o diz é José Crespo de Carvalho, presidente do Iscte Executive Education. O também professor catedrático lamenta, contudo, que "o país e as instituições não vejam, com vistas largas, o potencial de exportação que a formação de executivos tem para todo o mundo e na alavancagem de todos os setores".
Esta visão é complementada por Joana Santos Silva, CEO do ISEG Executive Education, que caracteriza a formação de executivos como "um dos motores silenciosos da transformação económica". Segundo esta responsável, "ao capacitar líderes para pensar estrategicamente, tomar decisões informadas e gerir com impacto, está-se a fortalecer o tecido empresarial nacional".
Também Marta Ferreira, coordenadora executiva da Portucalense Business School, destaca a formação executiva, uma vez que "desempenha um papel fundamental tanto no crescimento profissional individual como no fortalecimento do tecido económico e empresarial português".
Preparação para um mundo complexoNum cenário de mudanças tecnológicas aceleradas e mercados cada vez mais intrincados, a capacitação torna-se ainda mais relevante. Para Óscar Afonso, diretor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), investir nesta área "é investir na capacidade de liderança, inovação e adaptação estratégica das organizações". Através do "desenvolvimento de competências avançadas – como a visão crítica, a liderança ética, a análise económica aplicada, a gestão da incerteza e a tomada de decisão baseada em dados – formam-se profissionais capazes de conduzir a mudança, antecipar desafios e gerar impacto positivo nas suas equipas e na sociedade".
O impacto desta qualificação a nível individual e organizacional é, também, destacado pelos especialistas contactados no âmbito deste especial. Ana Lúcia Romão, vice-presidente para a Área de Formação Executiva do ISCSP, sintetiza: "Ao nível pessoal, potencia a atualização contínua de competências e reforça a capacidade de adaptação dos profissionais. Ao nível organizacional e económico, representa um investimento estratégico, contribuindo para uma economia mais qualificada, competitiva e resiliente."
Já João Pinto, diretor da Católica Porto Business School, sublinha que estes programas "capacitam os executivos a gerir mudanças, inovar e tomar decisões fundamentadas, traduzindo-se num incremento qualitativo e quantitativo na sua trajetória". Para o cenário económico e empresarial português, "representam uma resposta à necessidade de modernização e de adaptação das empresas a contextos de crescente globalização, digitalização e sustentabilidade".
Quanto a José Fonseca Pires, responsável da área de Comportamento Humano na Organização na AESE Business School, destaca que "a formação de executivos é essencial para o desenvolvimento profissional individual, pois capacita líderes com competências estratégicas e visão global". Na perspetiva deste responsável, no contexto económico e empresarial português, esta formação "contribui para a inovação, a sustentabilidade e a competitividade das organizações, promovendo lideranças éticas e eficazes".
Henrique Pires, subdiretor do ISAG, aponta esta formação como "um dos pilares essenciais para o desenvolvimento de competências que impulsionam a competitividade e a inovação", contribuindo "significativamente para a modernização das empresas portuguesas, impulsionando a economia e a criação de valor a nível nacional e internacional".
É unânime, para os vários especialistas, que a formação executiva adquire, em 2025, uma especial relevância no tecido empresarial português, predominantemente composto por PME. Trata-se, por isso, de um investimento estratégico que impulsiona o desenvolvimento de líderes mais capacitados, contribuindo para organizações mais inovadoras e adaptáveis e que fortalece o posicionamento de Portugal no contexto global.