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Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Entre a exigência do mercado e a necessidade de transformação

Procura de formação executiva cresce, diversifica-se e desafia business schools a inovar no desenho de programas que consigam responder ao ritmo acelerado dos mercados.

15:47
Procura de formação executiva cresce e desafia 'business schools' a inovar
Procura de formação executiva cresce e desafia 'business schools' a inovar

A procura por formação executiva em Portugal atravessa um momento de crescimento e de transformação. Os gestores de topo e as suas equipas já não procuram apenas programas académicos tradicionais; exigem experiências formativas que aliem rigor científico, aplicabilidade prática e uma forte ligação ao tecido empresarial. É neste ponto que as escolas de negócios assumem um papel central, não apenas como transmissoras de conhecimento, mas como parceiras estratégicas das organizações.

Marta Ferreira, coordenadora executiva da , explica que “a integração e ligação com o tecido empresarial é fundamental para o sucesso dos programas executivos desenhados e, por conseguinte, para os profissionais e para a performance das organizações”. Essa ligação não se limita à conceção dos cursos, prolonga-se durante toda a experiência formativa, criando um ambiente de proximidade com a realidade do mercado.

As parcerias internacionais são outro pilar importante, uma vez que permitem intercâmbio de docentes e estudantes, semanas internacionais e contacto direto com práticas de gestão em diferentes geografias. “Consideramos as parcerias internacionais estratégicas porque permitem promover uma visão global aos profissionais que frequentam os nossos cursos”, sublinha Marta Ferreira.

Ascensão da formação customizada

O mercado de formação executiva tem assistido também a uma forte evolução na personalização das ofertas. A formação customizada deixou de ser exceção para se tornar tendência dominante. “Temos vindo a reforçar a formação customizada com grupos empresariais de renome e com instituições públicas”, explica a coordenadora executiva da Portucalense Business School, acrescentando que estes programas são desenvolvidos em conjunto com as empresas e orientados para a aplicabilidade imediata. A cocriação com organizações tem mesmo permitido envolver não só coordenadores e empresas, mas também os próprios participantes, numa lógica de aprendizagem contínua e orientada a resultados.

O perfil dos participantes é cada vez mais diversificado. Já não se trata apenas de executivos seniores. O middle management, empreendedores e até equipas de suporte estão a entrar neste ecossistema. “Estamos a passar por uma mudança nos perfis dos públicos, pelo que dispomos de formações diversificadas que procuram responder a públicos distintos, a diferentes objetivos e necessidades”, assume Marta Ferreira.

A atualização constante dos conteúdos e a flexibilidade dos programas tornam-se, assim, determinantes para que a oferta seja relevante para diferentes estágios de carreira.

Marta Ferreira, coordenadora executiva da Portucalense Business School

Alumni como ativo estratégico

Outro ponto crítico é a incorporação de novas tendências. Conceitos como inteligência artificial, ESG ou liderança adaptativa estão a moldar os currículos. “Os coordenadores dos cursos efetuam uma análise do plano de estudos tendo em conta a evolução do mercado por parte das empresas e das tendências do setor em questão”, afirma Marta Ferreira, destacando a necessidade de rever conteúdos de forma recorrente e reforçar parcerias para manter os programas alinhados com os desafios atuais. E, ao contrário de outras fases, em que os programas eram quase padronizados, hoje a exigência é clara: adequação, aplicabilidade e impacto mensurável. Como diz Marta Ferreira, “privilegiamos a criação de um plano de formação no qual seja possível acompanhar e medir o impacto dos conhecimentos adquiridos ao longo das formações”.

A avaliação do impacto da formação vai além de métricas imediatas. A prescrição, ou seja, o grau em que os programas são recomendados pelos participantes, surge como um dos barómetros mais relevantes. Mas há também um acompanhamento direto dos antigos alunos e das suas trajetórias profissionais. “É importante que as empresas reconheçam a qualidade dos nossos estudantes como profissionais de excelência, este reconhecimento é a prova do impacto que os profissionais têm tanto a nível individual como nas equipas”, salienta a coordenadora executiva.

A relação com os alumni é, de resto, um ativo estratégico. Além de potenciar o networking, permite atualizar os programas e reforçar a ligação ao mercado. O contacto com ex-alunos traduz-se também numa via de retroalimentação, ajudando a escola a adaptar-se a novas necessidades e a manter relevância junto das organizações. No final, a lógica que se impõe não é apenas a de transmitir competências técnicas, mas a de promover uma verdadeira transformação pessoal e profissional. Afinal, como sublinha Marta Ferreira, pretendem ir “para além da transmissão dos conhecimentos técnicos, promovendo uma transformação significativa, tanto a nível pessoal como profissional".

Temos vindo a reforçar a formação customizada com grupos empresariais de renome e com instituições públicas. Marta Ferreira, coordenadora executiva da Portucalense Business School
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