Antigo membro do FMI avisa que adiar reestruturações tem muitos custos
Segundo a publicação “Thinking the Unthinkable: Lessons of Past Sovereign Debt Restructurings” (“Pensar o Impensável: Lições das Anteriores Reestruturações de Dívida Soberana”, em tradução literal), Leipold refere que as consequências de não se proceder já a uma reestruturação da dívida como, por exemplo, da Grécia serão várias, como o aumento dos prejuízos, resgates muito maiores ou a exigência de maiores “haircuts” à dívida.
“Façam-na [uma reestruturação] o mais cedo possível, façam-na preventivamente e, se possível, façam-na numa base voluntária”, disse Alessandro Leipold à Bloomberg numa entrevista telefónica.
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No artigo publicado no grupo de pensamento sobre a Europa “Lisbon Council”, o responsável que esteve 26 anos na instituição internacional refere que é um erro excluir a realização de reestruturações antes de 2013.
Este limite é levantado pela União Europeia porque é nesse ano que o fundo permanente de ajuda aos países do euro, o MEE (Mecanismo Europeu de Estabilização), vai substituir o actualmente em funções Fundo Europeu de Estabilização Financeira, o (FEEF). E, apesar disso, refere que os líderes europeus nem falam de reestruturação mas sim do eufemismo “envolvimento do sector privado”.
“Quanto mais cedo o limite artificial de 2013 for abandonado, melhor”, salientou.
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O antigo membro da instituição liderada por Dominique Strauss-Kahn (na foto) salienta, no seu artigo, que as reestruturações feitas no passado, como as da Ucrânia, do Paquistão e do Uruguai, são boas “saídas baseadas no mercado” para a crise da dívida.
A alteração das obrigações existentes por novos títulos de dívida em condições renovadas “numa forma preventiva, sem um incumprimento efectivo” fornece um caminho para como poderá a Grécia escapar a um “default”, cita a Bloomberg.
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