Aumento da desigualdade é o principal risco para o Fórum Económico Mundial

O aumento da desigualdade de rendimentos e de património é o risco ao desenvolvimento dos próximos dez anos, de acordo com um relatório do Fórum Económico Mundial. Alterações climáticas surgem em segundo lugar.
O pesadelo da desigualdade
Catarina Almeida Pereira 11 de Janeiro de 2017 às 11:22

O aumento da desigualdade de rendimentos e de património é o principal risco ao desenvolvimento dos próximos dez anos identificado por um relatório do Fórum Económico Mundial, que revela preocupação com as mudanças políticas na Europa e nos Estados Unidos.

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As mudanças climáticas e o aumento da polarização das sociedades surgem como segundo e terceiro factor decisivo para os 750 inquiridos para o Global Risks Report 2017, que identificaram 30 riscos globais e 13 tendências que podem influenciar os desenvolvimentos.

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  1.    Aumento da desigualdade de rendimentos e de propriedade

 

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  1.    Alterações climáticas

 

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  1.    Aumento da polarização das sociedades

 

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  1.    Dependência tecnológica

 

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  1.    Envelhecimento da população

 

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"Tendências como o aumento da desigualdade e a polarização social desencadearam mudanças políticas em 2016 e podem exacerbar os riscos globais em 2017, se não forem tomadas medidas urgentes", refere a nota que resume o conteúdo do relatório desta organização mais conhecida por promover encontros de líderes empresariais e políticos em Davos, na Suíça.

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O alto desemprego estrutural, o subemprego e a "profunda instabilidade social" surgem como tendências interligadas.

No relatório, os autores lamentam que apesar do período de paz e prosperidade a estagnação económica tenha contribuído para a emergência de políticas populistas, anti-sistema e antiglobalização.

"A debilidade da recuperação económica que se seguiu à crise financeira global é parte da história, mas aumentar simplesmente o crescimento não é suficiente para remediar as fracturas", dizem os autores. 

"Poderão ser necessárias mais reformas ao capitalismo de mercado para atacar, em particular, a aparente falta de solidariedade entre os que estão no topo da distribuição de património e de rendimentos e os que estão mais na base", recomendam.

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"Poderão ser necessárias mais reformas ao capitalismo de mercado para atacar, em particular, a aparente falta de solidariedade entre os que estão no topo da distribuição de património e de rendimentos e os que estão mais na base", recomendam.

A desigualdade entre países tem caído "de forma acelerada" nos últimos 30 anos. Mas dentro de alguns países, no entanto, "os dados contam uma história diferente".

"A desigualdade caiu de forma consistente no mundo industrializado desde o início do século XX, mas desde os anos oitenta a percentagem de  rendimento que vai para o [grupo do] 1% do topo aumentou nos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Irlanda e Austrália", refere o relatório.

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Líderes temem eventos climáticos extremos

"As alterações climáticas foram a segunda tendência subjacente neste ano. E, pela primeira vez, todos os cinco riscos ambientais foram considerados tanto de alto risco como de alta probabilidade", com os eventos climáticos extremos em destaque.

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Apesar dos "avanços significativos" nas áreas das alterações climáticas em 2016, com um conjunto de países, incluindo os Estados Unidos e a China a ratificarem o acordo de Paris, "a mudança política na Europa e na América do Norte coloca este progresso em risco".

A inteligência artificial é outro factor de preocupação. "Tem potencial de oferecer benefícios enormes em sectores desde o fabrico de transportes até aos serviços financeiros e saúde. No entanto, uma maior confiança na inteligência artificial irá criar novas ameaças e intensificar as já existentes", tornando essencial a prevenção de riscos, refere o presidente do departamento de análise de risco da Marsh, um dos parceitos.

O relatório foi elaborado em colaboração com a Marsh & McLennan Companies e o Zurich Insurance Group. A Universidade de Oxford, a Universidade Nacional de Singapura e a Universidade da Pensilvânia também participaram no inquérito, que vai servir de base a uma reunião anual do Fórum Económico Mundial.

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Global Risks report 2017, Fórum económico mundial

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