Gás eleva investimento estrangeiro em Moçambique a novo recorde em 2026
Moçambique prevê um recorde de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) em 2026, de 5,88 mil milhões de dólares (5,12 mil milhões de euros), um aumento de 22,6%, impulsionado pelos projetos de gás natural.
Esse crescimento será "influenciado pela implementação de projetos estruturantes na bacia do Rovuma", de produção de gás natural liquefeito (GNL), referem os documentos de suporte à proposta de Plano Social e Económico e Orçamento do Estado (PESOE) para 2026, que começam a ser discutidos nos próximos dias no parlamento.
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O IDE em Moçambique mais do que duplicou no primeiro trimestre deste ano, face ao mesmo período de 2024, para quase 1,63 mil milhões de dólares (1,42 mil milhões de euros), impulsionado por projetos, do setor mineiro e gás.
O investimento direto estrangeiro em Moçambique tinha crescido 41,5% em 2024 e 2% em 2023.
O diretor executivo da petrolífera Eni, Claudio Descalzi, garantiu em 02 de outubro que dentro de três anos arranca a produção de GNL Coral Norte, elevando o país a terceiro maior produtor de gás natural em África.
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Claudio Descalzi falava durante a assinatura da Decisão Final de Investimento (FID, na sigla em inglês) de 7,2 mil milhões de dólares (6,2 mil milhões de euros) da segunda plataforma flutuante, Coral Norte.
"Iniciamos o calendário para 2028. Isto significa que começamos agora com o FID e, dentro de três anos, vamos iniciar a produção. E isso é um compromisso, não se trata apenas de uma conversa. Não é um sonho, é um compromisso com o senhor Presidente, à frente de toda a gente", afirmou Descalzi.
Os parceiros da Área 4 da Bacia do Rovuma, ao largo de Cabo Delgado, Eni, Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), CNPC, Kogas e XRG assinaram, na presença do Presidente moçambicano, Daniel Chapo, em Maputo, a FID para o novo projeto.
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O líder da petrolífera italiana, que opera a plataforma flutuante Coral Norte, tal como a Coral Sul, idêntica, garante que aquela "fará de Moçambique o terceiro maior produtor de GNL em África", depois da Nigéria e da Argélia, duplicando a atual produção do país (apenas Coral Sul), para sete milhões de toneladas anuais (mtpa).
Moçambique tem três megaprojetos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de GNL da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado, incluindo um da TotalEnergies (13 mtpa), avaliado em 20 mil milhões de dólares (17,4 mil milhões de euros) em fase de retoma, após a suspensão devido a ataques terroristas na região, e outro da ExxonMobil (18 mtpa), de 30 mil milhões de dólares (26,1 mil milhões de euros) que aguarda decisão final de investimento, ambos na península de Afungi.
Moçambique já arrecadou 235 milhões de dólares (200 milhões de euros) em receitas com 137 carregamentos de GNL e condensado de gás para o estrangeiro desde 2022, a partir da plataforma Coral Sul, anunciou o Governo, em setembro.
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