Situação de contingência devido a incêndios. Costa cancela viagem a Moçambique

Entre 11 e 15 de julho, Portugal está em "situação de contingência" devido ao risco de incêndio, anunciou este sábado o ministro da Administração Interna. António Costa cancela viagem a Moçambique.
Ricardo Ponte
Inês Santinhos Gonçalves 09 de Julho de 2022 às 20:30

O elevado risco de incêndio levou o Governo a declarar este sábado "situação de contingência", um mecanismo que coloca "uma multiplicidade de meios" à disposição da Proteção Civil. É a primeira vez que o Executivo opta por ativar este mecanismo.

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Em particular, José Luís Carneiro referiu a intenção do Governo de "avançar com a contratação de até mais 100 equipas de bombeiros".

O ministro da Administração Interna justificou a decisão de decretar "situação de contigência" com as condições atuais, de elevado risco de incêndio: situação de seca no país, reduzida humidade, ventos de várias orientações e noites muito quentes, sem expectativa de suficiente redução das temperaturas ou aumento da humidade.

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"Em função de todas estas circunstâncias, os ministros do Administração Interna, da Defesa Nacional, do Ambiente e das Alterações Climáticas, da Agricultura e Alimentação, e da Saúde, decidiram avançar com a declaração da situação de contingência que vigorará entre os dias 11 e 15 de julho", disse José Luís Carneiro, após uma reunião com os responsáveis destas pastas.

O ministro explicou que, deste modo, passa a haver condições "de cariz preventivo" para ativar "todos os planos de emergência e proteção civil em todos os níveis territoriais".

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Entre os instrumentos que este mecanismo ativa está a possibilidade de "avançar com a contratação de até mais 100 equipas de reforço dos bombeiros". Passa também a ser possível reforçar os mecanismos de vigilância, que estão a ser feitos pela GNR, com os meios da força aérea.

José Luís Carneiro voltou a apelar à responsabilidade individual dos cidadãos, indicando que "mais de 50% dos incêndios que ocorreram até agora tiveram na sua origem negligência".

Questionado sobre o risco de uma situação semelhante à de Pedrógão Grande, em 2017, quando 66 pessoas morreram, o ministro afirmou que desde essa altura foram feitas muitas melhorias ao nível dos meios e de "todos os atores que integram o sistema nacional de proteção civil", mas ressalvou que, ainda assim, há "circunstâncias absolutamente excecionais".

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"Hoje é possível termos mais meios, mais recursos tecnologicamente mais avançados, ter maior conhecimento sobre o próprio fenómeno dos incêndios. Mas, como tenho dito, é evidente que quando estamos perante circunstâncias absolutamente excecionais, o planeamento e os meios são sempre finitos para a imponderabilidade daquilo que, por vezes, ocorre", afirmou.

Costa adia ida a Moçambique para estar "disponível no país"

O risco de incêndio para os próximos dias levaram também o primeiro-ministro a cancelar uma visita a Moçambique, prevista para os dias 11 e 12 de julho. Numa nota enviada às redações, o gabinete do chefe do Governo diz que este cancelamento acontece para que António Costa possa "estar permanentemente disponível no país".

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Uma nova viagem a Moçambique será agendada "com a maior brevidade possível".

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