Ministro da Economia quer parceiros sociais a refletir sobre crescimento de salários
O ministro da Economia e da Coesão Territorial, Castro Almeida, alertou no Porto os parceiros sociais envolvidos na discussão do novo pacote laboral para a necessidade de continuar a aumentar os salários em Portugal.
"Os parceiros sociais que vão ser envolvidos nesta discussão devem ter a oportunidade de definir a que ritmo é que estão disponíveis para que os salários portugueses possam chegar à média europeia", afirmou o governante à margem da apresentação do Air Invictus, festival aéreo que vai decorrer em junho, no Porto, Maia, Matosinhos e Vila Nova de Gaia.
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Questionado sobre o que está a preparar o Governo para que Portugal deixe de ser um país de salários baixos, Castro Almeida começou por responder que em 2024, Portugal "foi o país de toda a OCDE onde os salários mais cresceram".
"Estamos a falar, além da Europa toda, de países como os Estados Unidos, o Canadá, a Austrália, o Japão. De todos esses países, Portugal foi onde os salários mais cresceram em 2024. E em 2025, ainda não é possível dizer isso, mas é possível dizer que os salários vão crescer mais do que a média europeia, novamente", prosseguiu.
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Assinalando, por isso, que Portugal está a "aproximar-se" de outros países, Castro Almeida recorreu aos números para dizer que o "PIB per capita médio em 2023, que era de 81% da média europeia, em 2024 passou para 82,4%".
"É um pequeno salto de 1,4 pontos, mas nós estávamos a 19 pontos da média europeia, já só estamos a 17,6 pontos. E se fizermos isto todos os anos, devemos chegar à média europeia, que é um princípio de sonho que eu acho que Portugal devia adotar", insistiu o governante.
Esse caminho, continuou, prosseguirá se "as empresas forem mais competitivas, se o trabalho for mais produtivo, é isto que permite pagar melhores salários", afirmando que "todo o objetivo do pacote laboral para aumentar a competitividade da economia. É esse o seu objetivo. E é a essa luz que ele deve ser discutido".
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Frisando, sobre o documento que gerou a greve geral de 11 de dezembro, que o que está sobre a mesa "é um estudo prévio, um anteprojeto (...) ainda uma fase preliminar", Castro Almeida enfatizou ser agora o tempo "para discutir com os parceiros sociais, com as associações sindicais, com as associações patronais, com o governo a procurar mediar a posição entre uns e outros".
"Mas há de haver um consenso nacional para definir qual é o ritmo, qual é a pressa, qual é a velocidade a que nos vamos aproximar da média europeia. Porque não devemos é perder este sonho, esta ambição de chegar à média europeia. E ainda só estamos ao 82.4% da média europeia", concluiu.
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