Miranda Sarmento: "O meu desejo era que não houvesse tarifas"

O ministro das Finanças considera que a aplicação de tarifas é "uma má política económica" e que vai prejudicar "os consumidores de mais baixos rendimentos".
Miranda Sarmento: "O meu desejo era que não houvesse tarifas"
Lusa 08 de Julho de 2025 às 14:25

O ministro das Finanças disse esta terça-feira que o seu desejo era "que não houvesse tarifas" entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos, a um dia do prazo informal para o acordo entre os dois blocos para evitar taxas adicionais norte-americanas.

"Se me perguntar qual seria o meu desejo, é que não houvesse tarifas. Não estou a participar na negociação, nenhum outro ministro das Finanças está, [pois] a negociação está a ser conduzida pela Comissão Europeia", afirmou Joaquim Miranda Sarmento.

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Falando no final da reunião do Ecofin, em Bruxelas, a um dia do prazo definido informalmente pelos Estados Unidos como data-limite para concluir um acordo comercial com o bloco comunitário para evitar a aplicação de tarifas punitivas de 20% a 50% sobre produtos europeus, o governante escusou-se a comentar e de menores dimensão para outros, como as que se equacionam.

"Eu não conheço os termos da negociação, nem como a negociação está a decorrer. Do nosso ponto de vista, aquilo que nós sempre defendemos [...] é que a aplicação de tarifas é uma má política económica, que vai prejudicar as economias e, sobretudo, os consumidores de mais baixos rendimentos", referiu.

Joaquim Miranda Sarmento admitiu que as "negociações são bastante difíceis", mas disse confiar "que a Comissão está a procurar defender os melhores interesses da Europa".

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Já questionado sobre uma possível prorrogação do prazo, de quarta-feira para início de agosto, o ministro português da tutela adiantou: "A incerteza é muito prejudicial aos agentes económicos e, portanto, tudo o que possa eliminar a incerteza, chegarmos a um acordo e os agentes económicos saberem aquilo com o que podem contar, é positivo".

As tensões comerciais entre Bruxelas e Washington devem-se aos anúncios do Presidente Donald Trump de imposição de taxas de 25% para o aço, o alumínio e os automóveis europeus e de 20% a 50% em tarifas recíprocas ao bloco comunitário, estas últimas, entretanto, suspensas por 90 dias.

A Comissão Europeia, que detém a competência da política comercial da UE, tem optado pela prudência e essa cautela é apoiada por países como Portugal. Bruxelas quer conseguir negociar com Washington, tendo já proposto tarifas zero para bens industriais nas trocas comerciais entre ambos os blocos.

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Atualmente, 379 mil milhões de euros em exportações da UE para os Estados Unidos, o equivalente a 70% do total, estão sujeitos às novas tarifas (incluindo as suspensas temporariamente) desde que a nova administração dos Estados Unidos tomou posse, em janeiro passado.

Segundo a Comissão Europeia, está em causa uma taxa média de direitos aduaneiros dos Estados Unidos mais elevada do que na década de 1930.

A UE e os Estados Unidos têm o maior volume de comércio entre parceiros, de 1,5 biliões de euros.

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