Patrões querem "contenção" nos salários e no investimento público
As principais associações patronais – AEP e AIP – mostram-se perplexas com o corte do “rating” de Portugal por parte das agências de notação financeira, mas reconhecem que Portugal vive uma situação económica e financeira grave, pelo que apelam à contenção nos salários e do investimento público e, se necessário, ao aumento de impostos.
Num comunicado conjunto, a Associação Empresarial de Portugal (AEP) e a Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial (AIP-CE) dizem encarar “com forte preocupação o ataque especulativo que está a ser feito sobre o euro”, tendo recebido com “perplexidade” aos recentes cortes no rating da República Portuguesa por duas agências de notação financeira.
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Para a mesma fonte, os cortes nos ratings, alimentam a especulação “sem que nada se tenha alterado nos últimos tempos que justifique tal decisão”.
“Estamos, pois, perante um comportamento dos mercados ditado por forças que escapam a uma racionalidade meramente económica e financeira”, acrescenta a mesma fonte, salientando contudo que esta “convicção não nos impede de reconhecer a gravidade da conjuntura económica e financeira em que Portugal se encontra, que requer a tomada de medidas fortes e credíveis”.
Por isso, as associações patronais “reafirmam a necessidade de uma consolidação orçamental mais forte do que a prevista no Orçamento do Estado para 2010 e no PEC”, que terá que passar pela “contenção salarial”, bem como outras medidas.
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Entre elas uma “maior austeridade na componente de aquisição de bens e serviços (consumo intermédio)”, dizem as associações, que consideram ainda que o “Governo deverá também dar provas de grande contenção no investimento de iniciativa pública, suspendendo todos os grandes projectos que não contribuam significativamente para a redução do défice externo e procurando alternativas mais ajustadas à sua viabilidade em termos da relação custo/benefício”.
A AEP e a AIP propõem ainda que seja estimulada a poupança privada e considera que, “se necessário”, outras das medidas a implementar poderá passar “pelo aumento da tributação sobre o consumo”.
“Os portugueses, ao longo da sua história, têm sabido unir-se para ultrapassar as dificuldades com que o país se tem confrontado, pelo que, neste momento, a AEP e a AIP-CE estão certas que os portugueses aceitarão assumir os sacrifícios necessários para que Portugal possa ultrapassar este período difícil e, num horizonte previsível, retomar o seu caminho para um futuro mais próspero e justo”, acrescentam.
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