Tecnológicas eclipsam queda da Nike e deixam Wall Street no verde
Os principais índices norte-americanos terminaram a derradeira sessão da semana - a última de negociação completa do ano - em território positivo, impulsionadas por uma recuperação no setor tecnológico que eclipsou as perdas das retalhistas, nomeadamente as de desporto, pressionadas pela queda abrupta da Nike em bolsa. As "megacaps" (empresas com o maior valor de mercado) estenderam os ganhos do dia anterior, quando os bons resultados e previsões da Micron Technology afastaram receios de uma bolha na inteligência artificial (IA).
O S&P 500 avançou 0,88% para 6.834,50 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite acelerou 1,31% para 23.307,62 pontos e o industrial Dow Jones valorizou 0,38% para 48.134,89 pontos. Os três índices já tinham terminado a sessão anterior no verde, com os investidores animados com os dados da inflação dos EUA no mês passado, que alimentou as apostas de pelo menos um corte das taxas de juro pela Reserva Federal (Fed) em 2026.
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"A tecnologia em geral, particularmente as empresas relacionadas com IA, ficou sob bastante pressão e, quando a Micron divulgou os seus resultados e o mercado reagiu da forma que reagiu, surgiu a ideia de que talvez as pessoas possam voltar a investir nessas [ações]", explica Thomas Martin, gestor de carteiras da Globalt Investments, à Reuters.
Esta sexta-feira, as ações da Micron atingiram um novo máximo histórico, valorizando 6,99% para 265,92 dólares, num dia em que a Nvidia - cabeça de cartaz da IA - também acelerou em bolsa, ganhando 3,93% para 180,99 dólares. Os títulos da fabricante de semicondutores foram animados pelas notícias de que a administração Trump lançou uma averiguação que pode resultar nas primeiras exportações dos "chips" H200 da empresa para a China - cumprindo uma promessa anterior que dava "luz verde" à venda destes produtos para a nação asiática.
Já a Oracle saltou 6,63% para 191,97 dólares, depois de a ByteDance, empresa que detém o TikTok, ter chegado a acordo, que deverá estar formalizado até 22 de janeiro, para vender as suas operações nos EUA a uma "holding" onde a tecnológica co-fundada por Larry Ellison está inserida.
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Em contraciclo, a Nike afundou 10,54% para 58,71 dólares, depois de a retalhista de desporto ter registado uma queda enorme nas margens pelo segundo trimestre consecutivo. Os resultados da empresa foram penalizados por uma desaceleração nas vendas na China, que resultou numa redução de 31% nos lucros para 1.519 milhões de dólares (aproximadamente 1.295 milhões de euros) no primeiro semestre do ano fiscal de 2026.
Dezembro é, tradicionalmente, um mês mais forte para as ações mundiais. O chamado "rally" do Pai Natal dá, em média, ganhos de 1,3% ao S&P 500 nas últimas cinco sessões do ano e nos dois primeiros dias de negociação em janeiro. O "benchmark" norte-americano está com um saldo negativo de cerca de 0,3% desde o arranque do mês.
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