PS em Lisboa diz que cidade está parada mas gestão PSD/CDS-PP reclama evolução positiva

O presidente da câmara, Carlos Moedas, fez um balanço dos quatro anos do mandato 2021-2025 na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa (AML), em que foi confrontado com as críticas da oposição.
Lusa 17 de Junho de 2025 às 22:41

O PS em Lisboa considerou esta terça-feira que a gestão da cidade está parada, com problemas na higiene urbana, iluminação pública, segurança, mobilidade e habitação, enquanto o presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), reclamou uma evolução positiva na capital.

"Hoje podemos dizer com firmeza, com alegria e com paixão que Lisboa está muito melhor do que aquilo que estava quando chegámos. Com mais emprego, com mais cultura, com mais cidade e com mais alma", afirmou o social-democrata, na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa (AML), em que fez um balanço dos quatro anos do mandato 2021-2025, tendo sido aplaudido de pé pelos deputados que integraram a coligação "Novos Tempos" (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança).

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A governar Lisboa sem maioria absoluta, sob liderança de PSD/CDS-PP, Carlos Moedas destacou como medidas implementadas os transportes públicos gratuitos para os mais novos e para os mais velhos residentes na cidade, em que "hoje são 100 mil pessoas que não pagam transporte público", o investimento na rede Gira de bicicletas partilhadas e a Fábrica de Unicórnios, com 700 empresas apoiadas, 75 multinacionais tecnológicas e "a criação de 16 mil empregos".

O autarca do PSD realçou também os investimentos na habitação, inclusive com a entrega de "mais de 2.600 chaves" e o apoio de "mais 1.200 famílias" no pagamento da renda, tendo sido questionado pelo Chega sobre a percentagem atribuída a imigrantes, respondendo que "nunca perguntaria aos lisboetas de onde é que eles vêm".

A deputada Patrícia Branco, do Chega, perguntou também sobre a atribuição de 127 casas municipais a famílias que as tinham ocupado ilegalmente, com o autarca do PSD a explicar que resultou da regularização de situações, por exemplo, de pessoas que continuaram a viver em habituações com contratos em nome de familiares que morreram, adiantando que a câmara também já fez "mais de 90 desocupações".

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A este propósito, o deputado único do Aliança, Jorge Nuno Sá, disse que há 809 casas ocupadas indevidamente na cidade e "a maior percentagem de ocupação das casas é nas freguesias de Santa Clara, Marvila e Carnide", que são três freguesias que "equivalem a 50% do crescimento do Chega" nas últimas eleições legislativas, em 18 de maio, questionando se "são estes os parasitas da sociedade ou os portugueses de bem".

Em resposta, o Chega defendeu o cumprimento das regras, "independentemente de serem eleitores ou não" deste partido político, e acrescentou, em comunicado, que a subida de votação nestas freguesias se justifica "pelo facto de os lisboetas estarem cansados destas ocupações ilegais e injustas socialmente", repudiando as declarações do Aliança.

Da parte do PS, o deputado Hugo Viera da Silva contrariou o balanço de Carlos Moedas sobre o atual mandato: "Infelizmente, o que vemos é uma cidade parada, uma cidade que vê as suas congéneres europeias distanciarem-se, ficando cada vez mais para trás.".

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"Já não exigimos arrojo, pedimos apenas competência, organização e resposta nas questões básicas, mais rudimentares da gestão da nossa cidade. Precisamos de uma Lisboa a funcionar", reclamou o socialista, apontando problemas na higiene urbana, iluminação pública, segurança, mobilidade e habitação.

O PS perguntou sobre o projeto LIOS - Linha Intermodal Sustentável na zona ocidental da cidade, que ligará Alcântara a Oeiras, tendo o social-democrata revelado que será uma linha com autocarros BRT (Bus Rapid Transit), em vez de um metro ligeiro, e que o projeto será apresentado em julho.

No âmbito da luta contra as alterações climáticas, Carlos Moedas realçou o Plano Geral de Drenagem de Lisboa (PGDL), referindo que o projeto esteve "anos na gaveta, vítima da inércia política que não tinha coragem para fazer uma obra daquela dimensão", e adiantando que hoje está quase concluído o primeiro túnel entre Monsanto e Santa Apolónia, com mais de quatro quilómetros já perfurados a mais de 70 metros de profundidade.

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O PS considerou "injusto" o autarca do PSD não mencionar o trabalho realizado antes deste mandato no PGDL, ao que o social-democrata lembrou o reconhecimento do engenheiro Carmona Rodrigues e adiantou que irá convidar os anteriores presidentes de câmara que se envolveram nos últimos 20 anos nesta obra a visitá-la.

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