Trabalhadores da Base das Lajes já começaram a pedir adiantamento de salários

Os trabalhadores portugueses na Base das Lajes, na ilha Terceira, nos Açores, ao serviço da USFORAZORES, têm duas quinzenas e quatro dias de salários em atraso, devido à paralisação parcial da administração norte-americana.
Trabalhadores da Base das Lajes pedem adiantamento salarial devido a atrasos
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Lusa 15:31

Os trabalhadores portugueses da Base das Lajes já começaram a pedir o adiantamento de salários em atraso à Segurança Social e deverão receber dentro de dois ou três dias, revelou a presidente da Comissão Representativa dos Trabalhadores (CRT).

"Os colegas já começaram a aderir. A comissão sabe que de manhã já houve algumas marcações e à tarde também. A indicação que tem sido dada aos colegas é que o dinheiro levará dois a três dias a ser depositado na conta", adiantou, em declarações à Lusa, a presidente da CRT, Paula Terra.

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Os trabalhadores portugueses na Base das Lajes, na ilha Terceira, nos Açores, ao serviço da USFORAZORES, têm duas quinzenas e quatro dias de salários em atraso, devido à paralisação parcial da administração norte-americana por não ter sido aprovado o orçamento federal dos Estados Unidos.

Hoje seria dia de pagamento, mas tal como no dia 27 de outubro o valor da quinzena não foi transferido.

"A indicação que temos do comando americano é que enquanto não houver orçamento aprovado não há fundos para pagar aos trabalhadores civis", explicou Paula Terra.

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Dos cerca de 430 trabalhadores da Base das Lajes, 363 têm vencimentos em atraso.

O Governo Regional dos Açores decidiu adiantar os salários em atraso, através do Instituto da Segurança Social dos Açores (ISSA), que foi autorizado a recorrer à banca, até ao limite de 1,2 milhões de euros.

Os trabalhadores terão 10 dias úteis após receberem o vencimento da administração norte-americana para restituir o valor adiantado pela Segurança Social.

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Os encargos com a operação bancária deverão ser suportados pelo Governo da República.

Os pedidos de adiantamento podiam começar a ser feitos hoje, nos balcões da Segurança Social em Angra do Heroísmo ou na Praia da Vitória.

A adesão é voluntária e a comissão de trabalhadores não conseguiu apurar, para já, quantos recorreram a este mecanismo.

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"É um alívio para os trabalhadores e para as suas famílias esta solução providenciada pelo Governo Regional", salientou Paula Terra.

Segundo a presidente da CRT, neste momento, "os trabalhadores podem pedir antecipação de uma quinzena", mas "se não receberam no dia 24, podem voltar a pedir o valor de uma segunda quinzena de salário".

Depois de um recorde de 40 dias de paralisação da administração norte-americana, o Senado dos Estados Unidos alcançou um acordo para prorrogar o orçamento até 30 de janeiro, mas o projeto de lei ainda terá de ser votado no Senado e na câmara baixa.

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"Não temos a certeza se estes fundos vão cobrir o pagamento dos nossos salários e mesmo que cubram até ao dia 30 de janeiro, a partir desse dia, por aquilo que temos lido, o 'shutdown' continua em efeito", apontou Paula Terra.

A presidente da CRT voltou a alertar para a necessidade de o Governo da República, signatário do Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os Estados Unidos, precaver situações semelhantes no futuro.

"O Governo da República ainda tem tempo para arranjar medidas, não só para se o 'shutdown' voltar a ficar ativo a partir de 31 de janeiro, mas também em outubro de 2026 esta situação pode-se voltar a colocar e por aí em diante", salientou.

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"É urgente arranjar uma medida de proteção para os trabalhadores, porque é uma situação insustentável e não sabemos se o Governo Regional vai conseguir avançar com uma medida destas sempre que o Governo dos Estados Unidos não tiver orçamento aprovado", acrescentou.

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