Porto adia contrato para o lançamento do concurso para a nova ponte sobre o Douro
O presidente da Câmara do Porto deu hoje indicações para que não seja assinado já o contrato para o lançamento do concurso para a nova ponte sobre o Douro, depois das críticas da oposição sobre a condução do processo.
"Se não querem, é simples: a senhora [Cátia Meirinhos, administradora Executiva da GO Porto, empresa municipal que vai assumir a gestão da obra] fica com a incumbência de não assinar o contrato. Nós vamos preparar uma proposta para vir à câmara nos próximos 15 dias. (...) Desafio os partidos aqui presentes a votar contra", instou o independente Rui Moreira, na reunião do executivo desta manhã.
Os vereadores do PS, PSD e CDU criticaram hoje a falta de debate e transparência na discussão das opções do traçado para a nova ponte D. António Francisco dos Santos, cujo custo, incluindo acessos, é de 36,9 milhões de euros - valor a que acrescem 1,63 milhões de euros para estudos.
De acordo com a administradora da Go Porto, Cátia Meirinhos, a abertura do concurso público internacional para a nova travessia sobre o rio Douro foi hoje aprovada, por unanimidade, na reunião do executivo da Câmara de Gaia.
A nova travessia sobre o Douro ficará a montante da Ponte D. Luís I, entre as pontes do Freixo (rodoviária) e de São João (ferroviária).
Quanto a localizações, a proposta discutida hoje refere como ligação a norte a Avenida Paiva Couceiro, enquanto a sul, em Gaia, a ligação da ponte será feita à rotunda Gil Eanes.
O relatório faz referência à necessidade de construção, no lado do Porto, de um viaduto e de uma rotunda elevada, e do lado de Gaia, de uma nova rotunda e a vias de ligação a outra já existente.
O estudo económico e financeiro aconselha a que, "numa segunda fase", seja incluído "um prolongamento para sul, com uma primeira ligação ao nó de Gervide [autoestrada 44]".
Isto, tendo como objetivo "permitir ao tráfego que utiliza a Ponte do Freixo um acesso fácil à nova ponte".
Ao longo de toda a proposta aparece também definido que esta empreitada "está ligada ao objetivo de pedonalização do tabuleiro inferior da Ponte D. Luís I".
De acordo com o documento, a nova travessia servirá para tráfego automóvel, transportes coletivos e meios suaves, pelo que é sugerida a instalação de uma via ciclável bidirecional e passeios nos dois lados.
"Com as ciclovias instaladas na nova ponte e na Ponte D. Luís I, e também nas marginais do Douro entre as duas pontes" formar-se-á "um anel marginal ciclável de grande potencial turístico e de lazer", descreve.
No estudo, que inclui estimativas sobre impactos no valor de imóveis na área de influência da nova ponte, bem como na taxa turística das duas cidades e referências a ganhos ambientais, é referido que não está prevista a introdução de portagens.
Quando foi anunciada, esta ponte tinha um custo estimado de 12 milhões de euros, integralmente assumidos pelos dois municípios, em partes iguais.
Em novembro de 2019, numa sessão da Assembleia Municipal do Porto, o presidente daquela autarquia, Rui Moreira, avançou que a nova travessia iria custar 26,5 milhões de euros, valor que incluía os acessos.
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