Exportações de bens diminuem 0,1% no terceiro trimestre. Importações sobem 5,2%
As exportações portuguesas de bens diminuíram ligeiramente 0,1%, em termos homólogos, no terceiro trimestre, segundo a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgada esta terça-feira. Este foi o segundo trimestre consecutivo em que as exportações recuaram. Em sentido contrário, as importações de bens cresceram 5,2%, agravando o défice comercial português.
Em comparação com o trimestre anterior, observou-se uma ligeira melhoria da evolução das exportações, em termos nominais (que não descontam os efeitos da inflação, que tem estado a puxar as exportações para baixo devido à descida dos preços dos bens exportados). Porém, essa melhoria não foi suficiente para colocar as exportações em terreno positivo. A nova queda prolonga, assim, o decréscimo nas vendas de mercadorias ao exterior que se observou no segundo trimestre, quando as exportações recuaram 1,3%.
PUB
Já as importações aumentaram pelo sexto trimestre consecutivo, embora em ligeiro abrandamento face ao trimestre anterior. Entre abril e junho, a variação homóloga das compras de bens de Portugal ao exterior foi de 6,4%.
Sem contar com as transações sem transferência de propriedade (ou seja, com vista ou na sequência de trabalhos por encomenda, com vista ao processamento ou transformação de bens pertencentes a outros países), a variação das exportações "foi nula", nota o INE. Já o crescimento das importações, sem contar com este tipo de trabalhos, foi "menos expressivo" face ao total registado em bens comprados (3%).
PUB
Desta forma, quando são excluídas as transações sem transferência de propriedade, "as importações evidenciam uma aceleração do seu crescimento" face ao trimestre anterior, ao contrário do que acontece quando são consideradas todas as importações. Entre abril e junho, as importações sem transferência de propriedade tinham aumentado, em termos homólogos, 2,1%.
PUB
Os dados relativos ao mês de setembro só vão ser conhecidos no próximo dia 10 de novembro. Nos dois meses anteriores, a tendência era já de decréscimo nas vendas de mercadorias ao exterior. Em agosto, as exportações diminuíram 1,3%, em termos homólogos, após uma forte queda homóloga de 11,3% observada em julho. Em sentido contrário, as importações aumentaram tanto em julho (2,8%) como em agosto (3,1%).
Uma vez que as importações estão a crescer a um ritmo superior ao das exportações, é de esperar que Portugal registe um novo agravamento do défice comercial no terceiro trimestre. Em agosto, o défice da balança comercial atingiu 2.983 milhões de euros, refletindo um agravamento de 313 milhões de euros face ao mesmo mês do ano anterior.
(notícia atualizada às 11:28)
PUB
Mais lidas
O Negócios recomenda