Montepio: Previsão de crescimento de 1% "rodeada de riscos descendentes"
A economia portuguesa cresceu um pouco mais do que antecipado na primeira estimativa divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística, mas a revisão em alta conhecida na semana passada não foi suficiente para o Departamento de Estudos do Montepio também melhorar a sua previsão.
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O PIB de Portugal cresceu 0,3% no segundo trimestre deste ano, acima do anteriormente reportado, mas "ainda abaixo do que era perspectivado aquando da estimativa inicial", refere o Montepio, que assim manteve a previsão de crescimento de 1% para 2016.
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Esta decisão deve-se à "manutenção de alguns riscos descendentes, dado que se admite que o crescimento médio, em cadeia, do segundo semestre deverá ser superior ao do primeiro semestre".
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O Montepio alerta ainda que esta nova previsão de crescimento 1% (revista em baixa de 1,2% a 12 de Agosto, quando o INE revelou a primeira estimativa) está "rodeada de riscos descendentes".
Entre os riscos descendentes, o Montepio cita "a possibilidade de regresso da instabilidade política (a pretexto do Orçamento do Estado para 2017 e/ou com o aproximar e resultado das eleições autárquicas de 2017), ao que acresce a ainda difícil situação do mercado de trabalho, a debilidade do sistema financeiro, os objectivos de consolidação adicionais das finanças públicas e a pressão sobre as yields da dívida portuguesa.
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Em sentido inverso, o baixo preço do petróleo, o euro fraco e as novas medidas do BCE, colocam riscos ascendentes à previsão do Montepio.
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O banco salienta que tem uma estimativa de crescimento em linha com o previsto pelo FMI (30 de Junho), "mas mais afastada dos 1,3% previstos pelo BdP (8 de Junho), dos 1,5% previstos pela Comissão Europeia (3 de Maio) e afasta-se, ainda mais, dos 1,8% previstos pelo Governo no OE-2016".
Para o PIB do próximo ano o Montepio também manteve a perspectiva de crescimento médio anual de 1,6%.
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"A economia deverá voltar a ser suportada apenas pela procura interna, antecipando-se que o consumo privado cresça cerca de 1,9% e prevendo-se que a FBCF praticamente estagne, depois de ter crescido uns robustos 4,1% em 2015, enquanto as exportações líquidas deverão apresentar um contributo ligeiramente negativo e a variação de existências e o consumo público, contributos sensivelmente nulos, embora, no último caso, se antecipe algum crescimento", refere o relatório semanal do departamento de estudos do banco.
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