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BdP sobe previsões de crescimento e alinha com Governo para 2025 e 2026

Mais consumo e investimento levam Banco de Portugal a subir previsões de crescimento, que ficam alinhadas com as do Governo. Executivo estava isolado até aqui. Banco central também espera mais inflação.

Este Boletim Económico é o primeiro a ser apresentado por Álvaro Santos Pereira.
Este Boletim Económico é o primeiro a ser apresentado por Álvaro Santos Pereira. João Relvas / Lusa - EPA
11:05

O Banco de Portugal (BdP) reviu em ligeira alta as projeções de crescimento económico, prevendo que o PIB avance 2% este ano e 2,3% no próximo. A instituição, liderada agora por Álvaro Santos Pereira, alinha assim com as estimativas do Governo, que até aqui estava isolado nas suas previsões.

No Boletim Económico divulgado nesta sexta-feira, 19 de dezembro, o banco central melhora as expectativas de crescimento económico para este ano e para o próximo, em 0,1 pontos percentuais cada. Mas continua a antever um travão em 2027, ao esperar que a economia cresça 1,7%. Em 2028, antecipa que suba 1,8%.

No Orçamento do Estado (OE) para 2026, o Governo prevê, precisamente, que a economia portuguesa cresça 2% este ano e 2,3% no próximo. No entanto, o ministro das Finanças estava isolado nas suas projeções, já que todas as outras instituições económicas, nacionais e internacionais, estimavam crescimentos inferiores. 

Isso mudou agora, com o BdP a alinhar com o Governo. No entanto, ao ser o último a apresentar estimativas, o banco central tem mais informação, nomeadamente os últimos dados do crescimento do PIB do terceiro trimestre, que surpreendeu pela positiva,

Essa é, aliás, a justificação para a revisão em alta. "Face ao Boletim Económico de outubro, o crescimento do PIB foi revisto em alta em 0,1 pontos percentuais em 2025 e 2026, refletindo sobretudo um maior crescimento do consumo privado", lê-se no documento divulgado agora. E o banco central prevê que assim se mantenha no fim do ano. "O crescimento económico deverá manter-se elevado no quarto trimestre de 2025, beneficiando  do impacto das medidas orçamentais sobre o rendimento das famílias", afirma. 

O banco central reviu em alta o crescimento do consumo privado para 3,6% e 2,3% e do investimento para 4% e para 6% em 2025 e 2026, respetivamente. Não mexeu nas previsões para o consumo público e para as exportações este ano, e reviu-as ligeiramente em baixa para 2026. Contas feitas, continuará a ser a frente interna a puxar pela economia. 

Por outro lado, o BdP justifica o abrandamento do crescimento a partir de 2027 com a redução dos fluxos migratórios. "Ao longo do horizonte de projeção, o menor crescimento da população, associado à redução dos fluxos migratórios, limitará a evolução do emprego e da atividade".

O BdP vê a criação de emprego a travar a fundo até 2028. Espera que cresça 2,2% este ano, 1,1% em 2026, mas apenas 0,5% em 2027 e 0,3% em 2028. 

Banco central espera mais inflação

Por outro lado, e com o consumo das famílias a suportar o crescimento, o BdP espera também mais inflação, tendo revisto em alta as suas previsões até 2028. Aliás, até esse ano, a previsão é que o ritmo de crescimento dos preços não desça dos 2%, o objetivo de médio prazo do Banco Central Europeu.

No próximo ano, a expectativa é que baixe apenas para 2,1% e que apenas em 2027 fique nos 2% (tal como em 2028). Anteriormente, a previsão era de 1,9% em 2026 e de 2% em 2027. Para este ano, o Banco de Portugal mantém a previsão de um Índice Harmonizado de Preços no Consumidor de 2,2%. 

Ainda assim, a expectativa é que se mantenha "estável em torno dos 2%".

(Notícia atualizada com mais informação às 11:19)

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