As exportações portuguesas de bens tiveram um crescimento homólogo de apenas 0,5% em março, segundo dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Este foi o mês de crescimento mais fraco nas vendas ao exterior, tendo as exportações sido largamente ultrapassadas pelas importações de bens, que aumentaram 8,4% face a igual período homólogo.

No que toca às exportações, o crescimento abrandou de 11,6% para 0,5% em março. Sem contar com combustíveis e lubrificantes, o acréscimo nas exportações foi de 0,7%. Quando excluídas as transações com vista ou na sequência de trabalhos por encomenda (sem transferência de propriedade), as exportações registaram um crescimento superior, de 1,8%. Em causa estão produtos que entram em Portugal para serem transformados ou processados em território português e depois regressam ao país de origem.

Uma parte do abrandamento das exportações em março pode ser explicado pela queda nos preços das mercadorias. Segundo o INE, o preço por cada bem exportado caiu 1,4% em março. Excluindo os produtos petrolíferos, a variação dos preços foi também negativa (-0,9%).

Por países, verificou-se um aumento das exportações para Espanha (+12,8%). Em sentido contrário, houve uma queda nas exportações para a Bélgica (-32,3%) e Estados Unidos (-8,6%), "maioritariamente produtos químicos, em resultado do valor significativo de transações com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda registadas no mesmo mês do ano anterior".

Em termos de produtos, aumentaram as exportações de máquinas e aparelhos (+8,5%) e de produtos alimentares (+2,7%), principalmente para Espanha em ambos os casos.

Já do lado das importações, houve uma aceleração significativa em março, com o crescimento do valor total das compras ao exterior a registar uma subida homóloga de 3,8% para 8,4%. Excluindo combustíveis e lubrificantes, registou-se um acréscimo de 8,3% nas importações. Quando excluídas as transações com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda (sem transferência de propriedade), as importações aumentaram 7,8%.

À semelhança do que aconteceu nas exportações, também os preços das mercadorias compradas ao exterior caiu, mas menos do que nas exportações: -0,9% em março.

Em março, destacaram-se os aumentos das importações de fornecimentos industriais (+7,7%), Bens de consumo (+14,4%) e de produtos alimentares (+13,1%). Por países, é de salientar o acréscimo das importações provenientes de Espanha (+9,2%), com destaque para combustíveis minerais e metais comuns, da Alemanha (+15,0%), destacando-se os veículos e outro material de transporte, e dos Estados Unidos (+115,8%). 

Com as importações a crescerem a um ritmo superior ao das exportações, o défice da balança comercial aumentou 682 milhões de euros em março, atingindo 2.442 milhões de euros. Face ao mês anterior, o défice comercial aumentou 422 milhões de euros.

Em cadeia, as exportações diminuíram 6,3% em março e as importações diminuíram 0,4%.

(notícia atualizada às 11:42)