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Vendas da indústria para o exterior aprofundaram quebras em junho

Face ao ano anterior, a queda é de 4,5%. Energia e bens intermédios dão os principais contributos.

Emprego segue estabilizado nos últimos meses, apesar de abaixo de um ano antes.
Emprego segue estabilizado nos últimos meses, apesar de abaixo de um ano antes. Pedro Elias
11 de Agosto de 2025 às 11:42

As vendas das indústrias nacionais para os mercados externos voltaram em junho a cair para terreno mais negativo, com o Instituto Nacional de Estatística (INE) a dar conta, nesta segunda-feira, de uma redução homóloga de 4,5% no mês que fecha o primeiro semestre de 2025.

O novo recuo ocorre num contexto de quebra de exportações de bens no mesmo mês (-0,1% em termos nominais), em dados divulgados pela autoridade estatística no final da semana passada nos quais o principal contributo para a diminuição foi dado por uma descida nas encomendas com destino aos Estados Unidos em cerca de 40%, sobretudo abrangendo químicos. Isto, mesmo antes da aplicação de tarifas transversais de 15% a bens importados a partir da União Europeia, em vigor desde este último mês.

Os dados detalhados do índice de volume de negócios da indústria hoje conhecidos apontam na mesma direção, mantendo-se a tendência de variações negativas dos últimos meses. Junho volta a apresentar um cenário mais negativo após alguma recuperação ocorrida em maio, de 7,6% para um 1,3% de descida homóloga nas vendas para os mercados externos.

Segundo o INE, o agrupamento de energia dá o principal contributo para a diminuição face ao ano anterior (-45,8% face a junho de um ano antes), mas também o comportamento nos bens intermédios fabricados para outras indústrias tem um peso significativo, com as vendas a descerem 5,3%. Nos bens de consumo observa-se uma redução de 3%. Em sentido oposto, apenas as vendas de bens de investimento, como maquinaria, estão a crescer (9,2% de subida homóloga).

Em contraste com o que sucede nos mercados externos, as vendas para o mercado nacional estão a melhorar, ficando em junho 3,1% acima de igual mês de um ano antes. O principal impulso é dado pelos segmentos de bens de investimento, que sobem 10,1%, e bens de consumo, num aumento homólogo de 4,6%.

No total, incluindo vendas nacionais e para o exterior, o índice de volume de negócios na indústria segue estabilizado, com uma variação homóloga de 0,2% em junho (0,3% em maio). Excluindo o setor da energia, a subida é de 1,7% (2,7% em maio).

Apesar do cenário mais negativo na frente externa - que ocorreu até aqui num ambiente de forte incerteza sobre um potencial acordo tarifário entre EUA e UE, entretanto fechado - o emprego nas atividades industrias segue estabilizado ao longo dos últimos meses, ainda que a um nível mais baixo do que no ano anterior. 

Segundo o INE, o índice de emprego na indústria subiu em junho 0,1% em termos mensais, estando 0,5% abaixo do mesmo mês de 2024. Já os salários seguem 4,8% acima de um ano antes.

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