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Pandemia da covid-19 só explica metade da subida nas mortes em Portugal

Entre 1 de março e 5 de julho morreram 40.431 pessoas em Portugal, um número superior em 3.103 óbitos ao registado em igual período do ano passado.

servilusa funerais covid funeraria
servilusa funerais covid funeraria Sara Matos
18 de Julho de 2020 às 10:00

As mortes provocadas pela pandemia da covid-19 representam pouco mais de metade (52,2%) do aumento no número de óbitos registados em Portugal entre 1 de março e 5 de julho, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira.

Neste período, marcado pela eclosão da pandemia em território nacional – com o primeiro caso confirmado a 2 de março -, faleceram 40.431 pessoas no país. Este número traduz uma subida de 3.103 óbitos, ou 8,3%, face a igual período no ano passado.

Contudo, a pandemia apenas explica cerca de metades da mortalidade excessiva. Até 5 de julho, a doença causada pelo novo coronavírus tinha vitimado 1.620 pessoas em Portugal, ou seja, 52,2% do incremento na mortalidade.

Óbitos em Portugal entre 1 de março e 5 de julho

No entanto, o aumento no número de óbitos foi bastante mais acentuado entre a população mais idosa. As mortes entre pessoas com mais de 85 anos aumentaram 11,4% face ao período homólogo, o que corresponde a mais 1.776 óbitos. Já no escalão etário entre os 80 e os 84 anos o aumento cifrou-se em 8%, o que significa mais 518 óbitos.

E, segundo os dados da Direção-Geral de Saúde (DGS), a covid-19 vitimou 1.085 pessoas com mais de 80 anos. Isto significa que o novo coronavírus foi responsável por 47,3% das mortes adicionais entre os residentes deste escalão etário.

Mas é entre a população até aos 64 anos que a covid-19 teve maior impacto no aumento da mortalidade. A doença provocou, até 5 de julho, 225 mortes neste escalão etário. Tendo em conta que o aumento nos óbitos entre residentes até aos 64 anos aumentou em 185 em termos homólogos, sem as fatalidades devido à covid-19 as mortes nesta fatia da população teriam diminuído em 40 face ao período homólogo.

De notar ainda que as mortes por covid-19 representam 4% dos óbitos registados entre 1 de março e 5 de julho. E mesmo entre a população com mais de 80 anos a pandemia é responsável apenas por 4,4% dos 24.353 óbitos neste período. 

Mortes em Portugal devido à covid-19

Mortes aumentam em 142 concelhos

O INE destaca também que nas quatro semanas compreendidas entre 8 de junho e 5 de julho o número de óbitos em 142 dos 308 municípios do país superou o valor médio de 2018 e 2019 para o período homólogo, que designa por valor homólogo de referência.

E, sublinha o relatório, em 28 concelhos as mortes registadas são pelo menos 50% superiores ao valor homólogo de referência.

Já nos 166 municípios restantes os falecimento foram iguais ou inferiores ao observado no período de referência.

O concelho de Monforte, no distrito de Portalegre, que contava apenas com 2.975 habitantes em 2019 (segundo estimativa do INE), foi o município com a maior subida percentual no número de mortes nestas quatro semanas. Embora o INE não divulgue o valor exato, os óbitos neste município terão aumentado quase 10 vezes. Note-se que Monforte é um dos concelhos com dois ou menos casos confirmados de covid-19, segundo a DGS.

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