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A "call girl" de Berlusconi diz que foi paga para seduzir ministros

Primeiro, "call girl". Depois, candidata ao Parlamento Europeu. Entretanto, ostracizada pelos que temiam que ela revelasse os seus segredos. Hoje, discriminada e com dificuldades em encontrar trabalho. Patrizia D’Addario, a acompanhante de luxo que ficou famosa por ter revelado ao mundo que passou uma noite com Silvio Berlusconi, denuncia uma prática comum em Itália.

06 de Agosto de 2009 às 18:43

Patrizzia D’Addaria, paga por um empresário para participar numa festa na casa de Berlusconi, revelou hoje ao “Financial Times”, que apenas faz “parte do sistema” italiano, onde é habitual os empresários, pagarem a mulheres para entreter os políticos.

"Tive a mesma experiência com outros empresários. Outros empresários pediram-me para seduzir políticos", revelou, sem contudo dar nomes. Quanto aos políticos em causa, serem de direita ou esquerda “é a mesma coisa”, revelou.

O escândalo que correu o Mundo e abalou a coligação de centro-direita de Berlusconi não teria vindo à tona se não fossem as gravações secretas que D’Addaria possuía da noite que passou na residência do primeiro-ministro em Roma. Durante meses, a “call girl” manteve as cassetes consigo, mas deixou escapar a sua existência numa conversa telefónica com um conhecido. Não demorou muito até o seu apartamento ser assaltado, mas quem a assaltou não descobriu as cassetes.

Entretanto, Giampaolo Tarantini, o empresário que a apresentou ao primeiro-ministro italiano, disse-lhe que ela seria - com a aprovação de Berlusconi - candidata às eleições europeias em Junho. Numa terra onde os contactos e "recomendações" muitas vezes superam o mérito, D'Addario parecia estar definida para seguir o passeio da fama. Mas, o futuro da “call girl” na política caiu por terra quando Veronica Lario, esposa de Berlusconi, pediu o divórcio e o acusou de ter uma relação com uma adolescente de Nápoles, lamentando a sua utilização das mulheres na política.

Depois disto, D'Addario alega ter sido rebaixada e, por isso, ter saltado fora da campanha. A acompanhante foi mais tarde para os Media para se “proteger". Ao “Financial Times”, D’Addario disse que um dos motivos que a levou a querer contar a sua história foi Berlusconi ter quebrado a promessa de ajuda que lhe fez.

"Eu fui a única [das mulheres que estiveram na mesma festa em Novembro] a dizer a verdade", disse. "Se outras pessoas dissessem a verdade, talvez houvesse esperança de mudar o sistema. Se ninguém falar, quem vai mudar o sistema?", interrogou-se durante a entrevista.

Quanto a Silvio Berlusconi, tem-se escapado à tempestade, embora as últimas sondagens indiquem que ele deslizou um pouco e os assessores digam que a sua imagem ficou enfraquecida. Até Junho, já eram cinco as mulheres que vieram dizer ter recebido dinheiro para participar em festas nas casas do primeiro-ministro italiano.

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