Católica vê PIB a abrandar no terceiro trimestre mas está mais otimista para 2025
Economia deve ter crescido 0,6% no terceiro trimestre e 1,8% no conjunto deste ano, estima NECEP. Portugal continua a convergir com a Zona Euro.
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Os economistas da Católica estimam que a economia portuguesa tenha abrandado ligeiramente no terceiro trimestre, ao crescer 0,6% em cadeia, e mostram-se mais otimistas para o conjunto de 2025, pondo o PIB a subir 1,8%.
"No terceiro trimestre de 2025, a economia portuguesa deverá ter crescido 0,6% em cadeia e 2,2% em termos homólogos", lê-se na síntese da Folha de Conjuntura publicada nesta quarta-feira, 8 de outubro, pelo Núcleo de Estudos Económicos da Católica (NECEP).
Esta estimativa põe a economia a crescer a um ritmo um pouco mais baixo do que o do segundo trimestre, quando o PIB avançou 0,7% em cadeia (e 1,8% em termos homólogos). Recorde-se que o INE reviu recentemente o valor de crescimento do PIB entre abril e junho de 0,6% para 0,7%.
Por outro lado, o NECEP reviu em ligeira alta, em 0,1 pontos percentuais, a sua estimativa para o conjunto deste ano, esperando agora que o PIB português cresça 1,8% em 2025. O número, embora mais otimista, continua aquém do esperado pelo Governo, que aponta para "um crescimento em torno de 2%", abaixo dos 2,4% que prometeu a Bruxelas na primavera.
Em causa está, justificam os economistas, o "crescimento robusto verificado no segundo trimestre", bem como "a estimativa agora avançada para o terceiro trimestre".
Os números da Católica mostram que Portugal continua a crescer acima da média da Zona Euro, tanto em termos trimestrais, como no conjunto do ano. O NECEP estima que o crescimento do PIB do conjunto de 20 países da moeda única acelere para 0,3% em cadeia (acima dos anteriores 0,1%) e para 1,4% no conjunto de 2025.
Incerteza marca 2026 e 2027
Para os dois próximos anos, a Católica mantém as anteriores previsões de 2% e 2,2%, respetivamente. No entanto, os economistas alertam que "os intervalos de previsão permanecem elevados, fruto da incerteza em torno da evolução da economia mundial e europeia".
Em causa está o "contexto (ainda) pautado pelo potencial impacto da enorme volatilidade da política comercial da administração norte-americana desde o início do ano".
Ainda assim, também é expectável que Portugal continue a convergir com a Zona Euro nos próximos dois anos, segundo os números da Católica, que põem o PIB dos países da moeda única a avançar 1,4% em 2026 e 1,5% em 2027. Perspetivas que são "fracas" do ponto de vista dos economistas liderados por João Borges de Assunção.
Entre os riscos para a economia portuguesa e europeia estão a guerra na Ucrânia e a tensão no Médio Oriente, com o genocídio em Gaza, embora os economistas admitam que os mercados "continuam a evidenciar alguma normalidade". Os economistas da Católica apontam também a incerteza em França e nos Estados Unidos.
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