CCP apela a que se alcance "plataforma de acordo" na revisão da lei laboral
O líder da confederação, João Vieira Lopes, adianta que tem encetado contactos tanto com as confederações empresariais como com as centrais sindicais e espera que a reunião de concertação social de quarta-feira "seja o início de um processo negocial positivo".
O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) apelou esta segunda-feira a que se consiga uma "plataforma de acordo" na concertação social sobre a revisão da legislação laboral, indicando que já foram alcançados acordos "mesmo em períodos complicados".
"Consideramos que será muito positivo para o país se conseguirmos no quadro da concertação social encontrar uma plataforma de acordo, que permita que as alterações [à lei laboral] que sejam feitas tenham o consenso mais amplo possível", disse o presidente da CCP, João Vieira Lopes, após a audiência com o Presidente da República, no Palácio de Belém, em Lisboa.
O líder da CCP adianta que tem encetado contactos tanto com as confederações empresariais como com as centrais sindicais e espera que a reunião de concertação social de quarta-feira "seja o início de um processo negocial positivo".
"Pensamos que um processo que poderá demorar algum tempo porque são temas sensíveis", mas estamos dispostos a fazer um esforço precisamente para tentar encontrar os pontos consensuais", quer em concertação social, quer em reuniões bilaterais ou grupos de trabalho, acrescentou João Vieira Lopes.
Quando questionado sobre as críticas das centrais sindicais, que consideram que a proposta do Governo fragiliza os direitos dos trabalhadores, o presidente da CCP afirma que "sempre que começam estes processos há bastantes posturas radicais [...] umas por convencimento outras por razões ideológicas", mas lembra que "ao longo da história" tem sido possível alcançar acordos.
"Já se fizeram vários acordos mesmo em períodos complicados, como o da 'troika'", reforça.
A CCP considera que, em linhas gerais, as propostas vertidas no anteprojeto do Governo "convergem" com as reivindicações das empresas "ao longo dos anos", como é o caso do fim das restrições ao ''outsourcing' ou o regresso do banco de horas individual, mas admite que "poderão ser feitas algumas propostas de acrescento".
O anteprojeto do Governo para revisão da legislação laboral começa na quarta-feira a ser debatido com os parceiros sociais, naquela que é a primeira reunião de concertação social após a apresentação da proposta, designada "Trabalho XXI".
Desde então têm decorrido reuniões bilaterais entre Governo e os parceiros sociais, segundo confirmou à agência Lusa fonte oficial do Ministério do Trabalho.
As alterações previstas na proposta do executivo visam desde a área da parentalidade (com alterações nas licenças parentais, amamentação e luto gestacional) ao trabalho flexível, formação nas empresas ou período experimental dos contratos de trabalho, prevendo ainda um alargamento dos setores que passam a estar abrangidos por serviços mínimos em caso de greve, entre outras.
Mais lidas