As bolsas norte-americanas terminaram a sessão de véspera da divulgação de novos dados da inflação com subidas, tendo o tecnológico Nasdaq Composite chegado a saltar mais de 1% durante o dia. Os investidores estiveram a reagir ao acalmar das tensões comerciais entre os EUA e a China, isto depois de a Casa Branca ter confirmado a data do encontro entre Donald Trump e Xi Jinping. 

Os líderes das duas maiores economias do mundo vão reunir-se na próxima quinta-feira, 30 de outubro, na cimeira de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), que este ano terá lugar na Coreia do Sul, para discutir as questões comerciais que os dividem. Nos últimos dias, as duas superpotências têm adensado a troca de acusações e tarifas mútuas, apesar de Trump elogiar a relação com o homólogo - relação essa que será, na próxima semana, posta à prova.

A sessão ficou ainda marcada pelo escalar de tensões, desta vez geopolíticas. A Casa Branca anunciou sanções sobre as empresas petrolíferas russas, marcando uma mudança brusca ao aumentar a pressão sobre Moscovo em relação à guerra na Ucrânia, que levou também as cotações do crude nos mercados internacionais a dispararem mais de 5%.

Além disso, os resultados trimestrais de algumas grandes cotadas americanas impulsionaram o apetite pelo risco. Esta quinta-feira, o S&P 500 terminou a sessão a subir 0,58% para 6.738,41 pontos, enquanto o industrial Dow Jones ganhou 0,31% para 46.734,61 pontos. O destaque da sessão vai para o tecnológico Nasdaq Composite, que chegou a saltar mais de 1% poucos minutos antes do fecho, mas recuou para ganhos de 0,89% para 22.941,80 pontos. O índice de pequena capitalização Russell 2000 foi o que registou melhor desempenho, ao somar 1,28% para 2.482,90 pontos. 

“As avaliações [das ações] continuam a ser o melhor argumento para os pessimistas, mas a postura implacável de comprar com preços mais baixos dos investidores tem feito com que até os mais pessimistas questionem suas perspectivas”, disse Mark Hackett, da Nationwide, à Bloomberg. À medida que os mercados financeiros se preparam para uma redução das taxas de juro da Reserva Federal na próxima semana, os investidores deverão ignorar qualquer evidência de inflação persistente no relatório do índice de preços ao consumidor desta sexta-feira, dizem os analistas.

Entre os principais movimentos de mercado, a Tesla recuperou das perdas registadas no arranque da sessão e acabou por ganhar 2,28% para 448,98 dólares por título. Depois do fecho desta quarta-feira de Wall Street, a fabricante de veículos elétricos reportou um recuo de 29% nos lucros para 1,77 mil milhões de dólares, apesar de as vendas terem atingido recordes. 

Noutras "sete magníficas", a Nvidia pulou 1,04% depois de anunciar uma parceira com a Uber para desenvolver veículos autónomos. A Uber saltou 2,63%. 

Já a IBM, que chegou a perder 6% durante a sessão, acabou por cair apenas 0,8%, depois de ter mostrado uma desaceleração no crescimento do seu principal segmento de software na "cloud". A Molina Healthcare afundou mais de 17% depois de também não ter conseguido superar as estimativas dos analistas nas contas do terceiro trimestre, enquanto a American Airlines ganhaou 5% após divulgar um prejuízo menor do que o esperado.

Até agora, pouco mais de um quarto das empresas do S&P 500 divulgaram os resultados do terceiro trimestre. Dessas, 86% superaram as expectativas dos analistas, segundo dados do LSEG.