Dombrovskis : "O euro não é o problema"
O candidato a comissário-coordenador do euro e do diálogo social defende que eventuais novos resgates antecipem melhor o impacto social do ajustamento.
"O euro não é o problema", como moeda está até a funcionar "muito bem", pelo que não é à união monetária, mas aos "desequilíbrios económicos e financeiros" dos seus países que se devem atirar as culpas pela actual crise.
"A Letónia teve sérios problemas devido aos desequilíbrios macroeconómicos, e não estava no euro. E outros países, que eram do euro, não tiveram esses problemas", argumentou Valdis Dombrovskis, o antigo primeiro-ministro da Letónia que se submeteu nesta tarde ao "exame oral" junto do Parlamento Europeu.
O candidato a comissário-coordenador do euro e do diálogo social defendeu que a Europa e os seus Governos têm de fazer mais para combater o desemprego – "não podemos dar-nos ao luxo de perder uma geração" – e elegeu como prioridade a execução do pacote de investimentos de 300 mil milhões de euros em três anos que tem estado a ser preparado pelas instituições europeias e que – disse - deve ser orientado para projectos que aumentem competitividade da Europa, garantindo crescimento e emprego sustentáveis.
O letão defendeu ainda que eventuais novos resgates antecipem melhor o impacto social do ajustamento e sejam negociados de forma mais transparente e democrática. "Quando formulamos recomendações de política aos países sob programa, não devemos apenas fazer uma avaliação orçamental, mas também uma avaliação ao impacto social e sobre o emprego", disse citado pela Bloomberg.
Questionado sobre o pedido de França de mais tempo para atingir o limite de 3% para o défice, contornou uma resposta directa ao garantir que "a flexibilidade das regras em vigor do Pacto de Estabilidade e Crescimento serão aplicadas de forma transparente e uniforme."
Dombrovskis, da família conservadora europeia (o PPE), disse ainda que vai trabalhar "em estreita cooperação" com Pierre Moscovici. O antigo ministro francês das Finanças, socialista, designado para comissários dos Assuntos Económicos, está sob pressão de parte dos eurodeputados que duvidam que seja capaz de impor as regras ao seu país. Moscovici é, neste momento, um dos cinco candidatos a comissário cuja aprovação pelo Parlamento Europeu é ainda incerta, tendo-lhe sido enviada mais uma prova escrita que terá de entregar até amanhã, 7 de Outubro.
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