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Inflação na Zona Euro estabiliza nos 2,2% em abril após sétimo corte de juros

Estimativa rápida do Eurostat revela que a variação homóloga do índice harmonizado de preços no consumidor estabilizou na Zona Euro em abril. Inflação nos serviços voltou a acelerar e a puxar pelos preços, mas a energia em valores negativos permitiu equilibrar contas.

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supermercado, compras, alimentos, consumo, preços, inflação João Cortesão
02 de Maio de 2025 às 10:33

A inflação na Zona Euro terá estabilizado nos 2,2% em abril, segundo a estimativa rápida do Eurostat divulgada esta sexta-feira. A variação homóloga do índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC) manteve-se inalterada depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter decidido avançar, na reunião de abril, com o sétimo corte de juros para controlar a inflação na Zona Euro.

Das quatro grandes componentes do IHPC (serviços, alimentos, energia e bens industriais não-energéticos), os serviços continuaram a ser aquela que mais terá puxado mais pelos preços. A estimativa rápida do Eurostat revela que, em abril, a variação homóloga dos serviços terá acelerado de 3,5% para 3,9%, pondo fim a um ciclo de dois meses consecutivos de abrandamento nos preços dessa componente.

A acelerar terão estado também o índice de preços relativo aos alimentos. Em abril, a variação homóloga da componente que junta alimentação, álcool e tabaco acelerou de 2,9% para 3%. Desde o início do ano, a evolução dos preços dos alimentos tem seguido uma trajetória ascendente, depois de há um ano se ter registado um abrandamento expressivo no índice de preços dos alimentos.

O índice relativo aos bens industriais não-energéticos terá estabilizado também em abril, mantendo-se nos 0,6%. Este terá sido já o terceiro mês seguido em que o IHPC dos bens industriais não-energéticos terá registado esta variação. 

Por outro lado, o índice relativo à energia não só se manteve em valores negativos, como terá caído ainda mais. A estimativa do Eurostat aponta para uma inflação de -3,5% em abril, quando no mês anterior tinha sido de -1%.

A inflação subjacente, que exclui os produtos que estão mais sujeitos a grandes variações de preços (alimentos e energia), terá acelerado de 2,4% para 2,7% em abril. Este indicador é acompanhado de perto pelo Banco Central Europeu (BCE) na definição do rumo a dar à política monetária, tendo em conta que permite perceber até que ponto é que a inflação se espalhou na economia, nomeadamente na educação e saúde que têm preços habitualmente mais estáveis.

Na reunião de abril, o BCE decidiu voltar a cortar as taxas de juro, em pleno tumulto nos mercados financeiros devido à guerra comercial. A decisão significa a sétima redução consecutiva, que leva a taxa de referência para 2,25%, e segue em linha com o esperado por analistas e investidores. A presidente do BCE, Christine Lagarde, justificou a decisão com um "processo desinflacionista" que diz estar "bem encaminhado".

Portugal abaixo da média

Dos 20 países da Zona Euro, a variação homóloga do IHPC terá acelerado em 10 (Luxemburgo, Irlanda, Finlândia, Portugal, Eslovénia, Malta, Áustria, Letónia, Países Baixos e Estónia) e ter-se-á mantido estável em dois (Itália e Espanha). Em Portugal, o IHPC terá acelerado de 1,9% para 2,1% em abril, um valor baixo da média da Zona Euro.

As taxas de inflação mais baixas foram registadas em França (0,8%), Chipre (1,3%) e Luxemburgo (1,7%). Em sentido oposto, as taxas mais elevadas foram observadas na Estónia (4,4%), Países Baixos e Letónia (ambos com uma inflação de 4,1%).

(Notícia atualizada às 11:03)

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