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Investidores sinalizam receio de incumprimento da dívida norte-americana

Os derivados que funcionam como um seguro sobre o risco de incumprimento da dívida norte-americana estão, pela primeira vez, a sinalizar que investidores receiam o incumprimento da dívida.

27 de Julho de 2011 às 15:09

O custo de cobrir a dívida pública norte-americana a um ano do risco de incumprimento disparou de 46 pontos base para a taxa recorde de 80 pontos base. Já o preço de cobrir o risco de incumprimento das emissões a cinco anos encontra-se em 23 pontos base, refere a Bloombreg na sua coluna de análise “Chart of the Day”.

A "inversão" do custo da protecção contra o risco de incumprimento entre as emissões mais curtas e mais longas é um sinal equiparável à inversão dos juros de maturidades mais curtas e outras mais longas. Um fenómeno que se verificou na dívida portuguesa, irlandesa e grega, no período anterior à adesão às ajudas internacionais. E que ainda persistem, com os juros a dois anos em níveis mais elevados nas maturidades a 10 anos.

Esta é a primeira vez que os investidores sinalizam receio relativamente ao risco de incumprimento em que os Estados Unidos incorrem, devido ao impasse nas negociações para aumentar o “tecto” da dívida norte-americana. Se nada for feito, o limite da dívida será atingido no dia 2 de Agosto e governo terá de escolher entre incumprir a dívida e atrasar o pagamento de salários à função pública.

“Estamos a uma semana da data de morte súbita e eles ainda não chegaram a uma solução, por isso o incumprimento técnico está-se a tornar mais provável”, disse o estratega do BNP Paribas, Greg Venizelos, à Bloomberg. A inversão significa que existem preocupações de curto prazo de incumprimento”.

Tipicamente as emissões de prazo mais longo negoceiam a uma taxa de juro maior e têm maiores custos para cobrir o seu risco de incumprimento. A inversão desta tendência demonstra que existem receios de que os EUA se vejam obrigados a adiar o pagamento da dívida de maturidade mais curta, perdendo o “rating” de “AAA” e desencadeando o pagamento do valor nominal da dívida pelos contratos “credit-default swaps” destinados a cobrir o risco de crédito do país.

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