PCP diz que "interesse nacional exige reversão do processo de privatização da TAP"
Na sequência da demissão do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, comunistas insistem que TAP deve continuar a ser uma empresa do Estado.
O PCP pede que seja revertido o processo de privatização da TAP, apontando que o importante é "interromper a política que tem sido seguida" na companhia aérea. A posição do partido, pela voz de Jorge Pires, surge em reação à demissão de Pedro Nuno Santos, ministro dos Transportes, Infraestruturas e Habitação, na madrugada de quinta-feira.
"Mais do que a demissão deste ou daquele membro do Governo, o que releva são as opções políticas que levam à adoção de práticas correntes em vigor nos grupos económicos e financeiros quanto ao estatuto de gestores que põe em evidência o chocante contraste com a generalidade dos trabalhadores, que viram as suas indemnizações por despedimento reduzidas no período da Troika e que continuam a não ser revistas e revalorizadas apesar das sucessivas iniciativas do PCP nesse sentido", começou por dizer o dirigente da Comissão Política do Comité Central do PCP.Os comunistas consideram que "o interesse nacional exige que, mais do que saber quais os próximos titulares, seja revertido o processo de privatização da TAP, que o Governo tem em curso".
Questionado sobre se o partido vê esta onda de demissões com preocupação, sobretudo a de Pedro Nuno Santos, que teve uma aproximação do PCP e BCE durante a geringonça, Jorge Pires reiterou: "O que interessa é interromper a política que tem sido seguida na TAP. Desde logo, este processo de privatização, que pode conduzir a que esta importante empresa pública caia nas mãos de uma transportadora internacional privada, que virá para aqui com outros objetivos que não servir o país e os portugueses".
O PCP defende assim a ideia de que a TAP deve continuar nas mãos do Estado, apontando a necessidade de "seguir uma política que resolva de facto os problemas do país".
"Sem desvalorizar o significado político destes acontecimentos, o que realmente o povo e os trabalhadores querem ver é resposta aos seus problemas mais prementes, que afetam a sua vida, com uma política que assegure o controle dos preços e a valorização do serviço público, a começar pelo SNS", concluiu.
O ministro dos Transportes, Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, apresentou esta noite a sua demissão ao primeiro-ministro, na sequência da polémica da indemnização de 500 mil euros paga pela TAP a Alexandra Reis - que entretanto se demitiu ontem do cargo de secretária de Estado do Tesouro, que ocupou durante 26 dias - aquando da sua saída antecipada da transportadora aérea.
Mais lidas