Portugal perde terreno no ranking da corrupção
O Índice de Perceção da Corrupção 2019 mostra que Portugal perdeu pontos face a 2018, elevando para sete os anos em que permanece estagnado neste ranking. O país fica também abaixo da média da UE.
Portugal recuou dois pontos no Índice de Perceção da Corrupção (CPI) divulgado esta quinta-feira, passando de 64 pontos em 2018 para 62 em 2019. Com este registo, o país fica abaixo da média de pontos verificada na União Europeia (64), pese embora mantenha o 30.º posto, a par do Qatar, Barbados e da vizinha Espanha, que recuperou após anos com maus resultados.
No entender da Transparência e Integridade, o resultado obtido por Portugal reflete "a falta de reformas estruturais para o reforço da integridade no sistema político", reitera a estagnação do país ao longo dos últimos sete anos no que diz respeito ao combate à corrupção e adensa a importância de ser adotada uma "verdadeira Estratégia Nacional contra a Corrupção".
Tal estratégia deve contemplar "alterações legislativas" e "reformas profundas no desenho e desempenho das instituições", acrescenta a entidade.
João Paulo Batalha, o presidente da Transparência e Integridade (TI-PT), considera que "não tem havido em Portugal uma verdadeira mobilização da classe política contra a corrupção" e defende que isso faz com que o país fique "repetidamente atrás da média da Europa Ocidental", que em 2019 se fixou em 66 pontos.
"Faz falta a coragem política para implementar uma estratégia robusta capaz de prevenir e combater eficazmente a corrupção, o que não se consegue com declarações de intenção", acrescenta João Paulo Batalha, pedindo "compromissos efetivos ".
O índice CPI mede os níveis de corrupção através da atribuição de pontuações de zero (muito corrupto) a 100 (pouco corrupto). Com 87 pontos, a Dinamarca e a Nova Zelândia lideram o ranking, seguidas de perto pela Finlândia (86).
A TI-PT nota que os países com melhores resultados têm "políticas de transparência proativas, designadamente no que se refere ao financiamento político, à regulação do lóbi e de conflitos de interesses, e a mecanismos eficientes de consulta pública".
Presidente da TI-PT
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