Linhas de produção da Autoeuropa “não vão arrancar”
Na fábrica de Palmela a adesão à greve geral no primeiro turno não permite arrancar a produção, garante o coordenador da comissão de trabalhadores.
As linhas de produção da Autoeuropa “não vão arrancar”, disse esta quarta-feira Rogério Nogueira, coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, no arranque da greve geral.
“Temos já a informação do interior da fábrica que as linhas de produção não vão arrancar”, afirmou, à entrada da fábrica de Palmela, onde se juntaram dezenas de dirigentes políticos e sindicais.
O anúncio foi feito pouco depois do início do primeiro turno abrangido pelo pré-aviso de greve, que numa situação normal tem cerca de 900 trabalhadores a entrar pelas 23:40.
A Autoeuropa produz atualmente o modelo T-Roc e da linha de montagem saem cerca de 955 carros por dia, sobretudo para exportação (99,1%) e para o mercado europeu.
De acordo com os dados do INE, referentes ao ano passado, o impacto da fábrica de Palmela foi de 1,6% do produto interno bruto (PIB), representando 4,5% das vendas de bens ao exterior, mantendo-se como a segunda principal exportadora do país. Em 2024, empregava mais de 4.800 trabalhadores.
A paralisação convocada pela CGTP e pela UGT pretende contestar a proposta de alterações ao Código do Trabalho apresentada em julho pelo Governo. O anteprojeto, que ainda não seguiu para o Parlamento, alarga serviços mínimos nas greves, facilita o processo de despedimentos por justa causa, generaliza possibilidade de não reintegração em caso de despedimento ilícito, aumenta a duração dos contratos a prazo, recupera o banco de horas por negociação individual, descriminaliza o trabalho não declarado, e abre a porta à redução de custos com horas extraordinárias e teletrabalho, entre outras alterações que aquiresumimos e que justificam a quinta paralisação conjunta das duas centrais sindicais - a primeira desde 2013.
*Com Paulo Ribeiro Pinto
Mais lidas