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Presidente da Associação de Municípios defende que país precisa de imigrantes

Pedro Pimpão abordou ainda a questão da regionalização e reagiu às declarações de Luís Montenegro sobre este tema.

Presidente da Associação de Municípios defende que país precisa de imigrantes
Presidente da Associação de Municípios defende que país precisa de imigrantes Estela Silva / Lusa - EPA
09:03

O novo presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Pedro Pimpão, defende que o país precisa efetivamente de população imigrante, considerando que a condição demográfica nacional não é suficiente para as necessidades.

"A imigração não é um problema, é um desafio do país como um todo criarmos condições efetivas para integrarmos, da melhor forma, as comunidades imigrantes. E é uma necessidade", disse Pedro Pimpão, numa entrevista ao jornal Público e à Rádio Renascença.

O novo presidente da ANMP considera que Portugal, com as características demográficas que tem, precisa efetivamente de mão-de-obra e da imigração num conjunto de atividades económicas.

"Quando falamos com os empresários, em alguns setores de atividade, percebemos que estão muito dependentes da imigração e devem ser reforçados os mecanismos de integração e inclusão nessa mesma imigração e, por isso, não entendo como um problema, mas como um desafio positivo para o nosso país, e há condições para nós acolhermos de forma estruturada", referiu.

Na opinião de Pedro Pimpão, o processo de integração de imigrantes deve ser regulado, para que os estrangeiros venham para Portugal e tenham condições para ter qualidade de vida e dignidade.

Questionado sobre a associação entre segurança e imigração, Pedro Pimpão, que foi eleito presidente da ANMP no passado fim de semana, diz não fazer sentido, sublinhando que isso é criar estigmas.

Na entrevista, o também presidente da Câmara do Pombal (distrito de Leiria) reconhece as dificuldades em avançar com a regionalização através de referendo, admitindo mudança na Constituição que possa fazer avançar o processo.

No fim de semana, durante o congresso da ANMP em Viana do Castelo, o primeiro-ministro afirmou que a regionalização não vai ser tratada nesta legislatura, porque "o tempo é inadequado e inoportuno" e é preciso "aprofundar a descentralização em curso".

Na altura, o presidente da ANMP, Pedro Pimpão, disse que a regionalização "deve ser discutida", mas rejeitou estar desiludido com o anúncio do primeiro-ministro de que o processo não vai ser prioridade nesta legislatura.

Na entrevista à Rádio Renascença e jornal Público divulgada hoje, Pedro Pimpão disse não se opor a que a regionalização passe para uma próxima legislatura.

"Não nos opomos a isso, porque temos de olhar para a descentralização e perceber o ponto de situação e o que pode ser aprofundado. Também acho que temos de começar a fazer caminhos mais sólidos no sentido de, numa próxima legislatura, a regionalização ser realmente concretizada", disse.

O presidente da ANMP considerou também que uma mudança da Constituição "pode ser um caminho".

"Agora, o que temos de fazer é aproveitar a massa crítica e criamos condições para que quem está -- áreas metropolitanas, comunidades intermunicipais e as próprias CCDR [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional] -- tenha mais autonomia, mais capacidade para fazer face aos desafios de cada uma das regiões", indicou.

Na entrevista, Pedro Pimpão considera que a regionalização deve ser alvo de amplo consenso nacional.

"Se os agentes políticos e os partidos entenderem que a regionalização é algo importante para o país, se calhar, prescindir do referendo pode ser um caminho, Mas se a regionalização for bem percebida por parte da população, creio que mesmo com o referendo pode vingar", disse.

Pedro Pimpão disse ainda que a lei autárquica é um dos desígnios dos autarcas, considerando que a oportunidade para mudar "é agora".

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