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PS saúda pedido de fiscalização da lei dos estrangeiros e espera que processo entre "nos eixos"

Enfatizando que o pedido de Marcelo Rebelo de Sousa foi feito com urgência, o socialista Pedro Delgados Alves espera que o "Tribunal Constitucional ofereça uma decisão dentro do prazo que é esperado para que este processo possa ser colocado nos eixos, de onde nunca devia ter saído".

Pedro Delgado Alves, PS
Pedro Delgado Alves, PS Lusa
24 de Julho de 2025 às 20:19

 O PS saudou esta quinta-feira a decisão do Presidente da República pedir a fiscalização preventiva da constitucionalidade da lei dos estrangeiros, esperando que processo possa agora "ser colocado nos eixos" e seja reposto "o bom senso" e a ponderação.

"Tomámos há instantes conhecimento da decisão do Presidente da República de requerer a fiscalização preventiva da constitucionalidade da lei dos estrangeiros. É uma decisão que saudámos e os fundamentos apontam para aquilo que o PS vinha sublinhando como especialmente preocupante no processo de aprovação desta lei", afirmou, em declarações aos jornalistas no parlamento, o deputado do PS Pedro Delgado Alves.

Enfatizando que o pedido de Marcelo Rebelo de Sousa foi feito com urgência, o socialista espera que o "Tribunal Constitucional ofereça uma decisão dentro do prazo que é esperado para que este processo possa ser colocado nos eixos, de onde nunca devia ter saído".

O objetivo do PS é o cumprimento das "regras regimentais e constitucionais" e Pedro Delgado Alves enfatizou que, desde o início, o partido se mostrou "disponível para colaborar, para construir melhores soluções".

"Mantemos em absoluto aquilo que sempre dissemos, disponibilidade para construir soluções de compromisso no quadro parlamentar, ouvindo todos, com a participação de todos e esperamos que esta intervenção do senhor Presidente da República reponha o bom senso e a falta de ponderação que temos assistido ao longo das últimas semanas neste processo hiper urgente, como nunca tínhamos visto em 50 anos de democracia", apelou.

O deputado socialista referiu que o Presidente da República apontou as "insuficiências da forma como esta lei foi aprovada".

"O processo de urgência impediu a ponderação devida dos vários interesses em presença, impediu a realização de audições, algumas delas obrigatórias, o que levou a que quer o Governo, quer a Assembleia não tenham tido a possibilidade de recolher contributos fundamentais para uma lei com esta importância, algo que o Presidente da República fez questão de fazer ele próprio, auscultando os principais destinatários da aplicação desta lei", disse.

O chefe de Estado, segundo Pedro Delgado Alves, debruçou-se na questão do reagrupamento familiar e, "de acordo com o pedido, há indícios bastante intensos de que há riscos de inconstitucionalidade nas soluções apresentadas".

"As soluções que o Governo e que, depois aqui a maioria na Assembleia aprovou, correm o risco de serem inconstitucionais por desproporcionais", disse, acrescentando ainda que são introduzidos "conceitos indeterminados na lei".

Segundo o deputado do PS, o parlamento "quase que transfere para o Governo e para a futura portaria do Governo a possibilidade de vir a definir com detalhe como é que o reagrupamento familiar pode ocorrer".

"O segundo conjunto de questões de substância que o pedido do senhor Presidente também foca diz respeito à tutela jurisdicional, portanto ao direito das pessoas acederem a um tribunal para defenderem os seus direitos", observou.

O Presidente da República submeteu hoje ao Tribunal Constitucional o decreto do parlamento que altera o regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional, aprovado por PSD, Chega e CDS-PP.

Marcelo Rebelo de Sousa pediu a fiscalização preventiva da constitucionalidade das normas sobre direito ao reagrupamento familiar e condições para o seu exercício, sobre o prazo para apreciação de pedidos pela Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA) e o direito de recurso.

O novo regime, que limita os vistos para procura de trabalho ao "trabalho qualificado", restringe o reagrupamento familiar de imigrantes e altera as condições para concessão de autorização de residência a cidadãos da CPLP, foi aprovado na quarta-feira passada.

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