Quase um terço dos fogos investigados este ano tiveram como origem fogo posto
A área ardida até 31 de agosto é a mais elevada da última década, segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.

Quase um terço dos incêndios investigados este ano tiveram como origem o fogo posto e a área ardida até 31 de agosto é a mais elevada da última década, segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
O relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), referente ao período de 1 de janeiro a 31 de agosto, refere que os incêndios investigados até aquela data tiveram como causas mais frequentes "incendiarismo - imputáveis" (31%), seguido das queimas e queimadas (25%) e dos reacendimentos (10%).
O ICNF refere que, dos 7.042 incêndios rurais verificados até ao final de agosto, foram investigados 4.786, dos quais 68% têm o processo de averiguação de causas concluído.
De acordo com o relatório provisório, entre 1 de janeiro e 31 de agosto deflagraram 7.042 rurais que resultaram em 254.296 hectares (ha) de área ardida, entre povoamentos (118.127 ha), matos (107.881 ha) e agricultura (28.288 ha).
"Comparando os valores do ano de 2025 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se registaram menos 23% de incêndios rurais e mais 259% de área ardida relativamente à média anual" desde 2015, salienta o documento.
O INCN destaca ainda que "o ano de 2025 apresenta, até ao dia 31 de agosto, o quinto valor mais reduzido em número de incêndios e o valor mais elevado de área ardida, desde 2015".
O mesmo documento indica também que, até ao final de agosto, ocorreram 83 "grandes incêndios" que resultaram em 245.014 hectares de área ardida. O maior fogo foi o que começou a 13 de agosto e durou 11 dias no concelho de Arganil (Piódão) e que consumiu, segundo o ICNF, 65.417 hectares de floresta, seguindo-se os fogos nos concelhos de Trancoso (Guarda), com 46.325 hectares, e de Sátão (Viseu), com 13.769 hectares.
O relatório indica ainda que o Porto (1.697) foi o distrito, até 31 de agosto, com maior número de incêndios, seguido de Braga (698) e Viana do Castelo (590), ressalvando o ICNF que são maioritariamente fogos de reduzida dimensão e não ultrapassam um hectare de área ardida.
Por sua vez, o distrito mais afetado pela área ardida é a Guarda, com 79.060 hectares, cerca de 31% da área total, surgindo depois Viseu, com 39.298 hectares (15% do total), e de Castelo Branco, com 39.228 hectares (10% do total).
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