"Cometemos vários erros em vários domínios"
José Sócrates reconheceu hoje que o Governo cometeu "vários erros em vários domínios". No parlamento, e após ter sido chumbada a moção de censura hoje apresentada pelo CDS/PP, o primeiro-ministro esclareceu que não adiaram o TGV porque não fizeram alterações nos procedimentos dos contratos.
José Sócrates reconheceu hoje que o Governo cometeu “vários erros em vários domínios”. No parlamento, e após ter sido chumbada a moção de censura hoje apresentada pelo CDS/PP, o primeiro-ministro esclareceu que não adiaram o TGV porque não fizeram alterações nos procedimentos dos contratos.
“Cometemos vários erros em vários domínios”, afirmou Sócrates, explicando que “deveríamos ter investido mais em cultura, ao nível do apoio aos cientistas e aumentar a oferta no nosso país”.
Sobre o TGV, assunto abordado durante a discussão no Parlamento pelos vários partidos, o primeiro-ministro sublinhou que a posição do governo “é absolutamente clara”, ou seja, “adiá-lo é um prejuízo para o país”.
Isto porque, acrescentou, “temos que nos integrar nas redes europeias”. “O TGV é um projecto necessário e trará dinamismo à economia”.
Questionado sobre se teria recuado nas suas posições depois de Cavaco Silva ter visto "bom senso" em que o dossier só possa ficar encerrado após eleições, Sócrates foi peremptório : “não é um adiamento, não fizemos alterações nos procedimentos dos contratos”.
Recorde-se que ontem o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, remeteu para a próxima legislatura uma decisão final do Governo sobre a alta velocidade, explicando que há procedimentos e prazos quer o Executivo respeitar.
"O andar normal das coisas leva a que só na próxima legislatura - lá para Outubro -, haja condições, nunca antes, para assinar o contrato de concessão" do troço Poceirão-Caia, o primeiro concurso lançado, disse o ministro, à margem da inauguração da Agência Europeia de Segurança Marítima (EMSA), em Lisboa.
Já hoje, José Sócrates esclareceu no Parlamento que “o futuro Governo estará completamente livre para fazer a adjudicação, assinar o contrato e assinar as bases de concessão".
O primeiro-ministro referiu, no entanto, considerar ser "uma irresponsabilidade parar esse projecto porque isso teria custos significativos para o país".
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